Sem aulas presenciais, estudantes sentem faltas dos amigos
Escolas fechadas, aulas remotas. As instituições de ensino parecem ter resolvido o problema das crianças e adolescentes com a tecnologia, certo? Errado. Segundo o diretor do Colégio Positivo, Celso Hartmann, a escola não se resume às aulas ou ao conteúdo.
“O ambiente escolar é muito mais que isso. É um espaço que simula a realidade da convivência em sociedade, estimula a prática da cidadania e proporciona a criação de laços de amizade que duram para sempre”, enfatiza. Uma pesquisa informal realizada on-line com cerca de 20 mil estudantes da rede de ensino sinalizou que o que eles mais sentem falta neste período de pandemia é do contato com os amigos.
Foi o que disse a estudante Valentina Binotto de Souza, de 10 anos, do Colégio Positivo – Master, de Ponta Grossa (PR). “Estou com muitas saudades das professoras, das auxiliares, das professoras que cuidam do pátio e dos amigos, que fazem muita falta. Quando nos reencontrarmos, vamos precisar de um abraço muito forte. E também temos que agradecer porque temos a internet para nos comunicarmos, pois tem gente que não tem nem isso para falar com os amigos”, ressalta. “Tenho fé que essa pandemia vai acabar logo e a gente vai se reencontrar logo, logo”, finaliza.
Amigos para sempre
Os laços de amizade criados há mais de 10 anos no colégio mantêm Mateus Fagundes e Paulo Guilherme Giffhorn amigos até os dias de hoje. Paulo cursa Direito e Mateus Engenharia Civil, mas a separação no Ensino Superior não abalou o alicerce da amizade que desenvolveram na infância. “Toda vez que nos vemos é como se nunca tivéssemos passado sequer um dia longe do outro; com certeza ele é o meu irmão de outra mãe. Para quem nos conheceu no colégio, Paulo é sinônimo de Mateus e Mateus de Paulo” afirma Paulo Guilherme. Os dois se conheceram em 2010, quando Paulo entrou no Colégio Positivo.
Desde o início, a amizade dos dois foi marcada por inúmeras conquistas. Eles participaram juntos de diversos jogos de Futsal – dos quais venceram oito campeonatos; fizeram parte do projeto “Mini Teatro” – desenvolvido pela equipe de Matemática, além do histórico invicto de primeiros lugares, na Mostra de Ciências do colégio.
“Antes mesmo de começarmos o desenvolvimento dos projetos, fazíamos um ‘pacto’ de comprometimento, para não deixar a peteca cair e darmos o nosso melhor”, conta Paulo Guilherme. Em 2016, eles desenvolveram um sistema de aquecimento inteligente capaz de evitar que aquela água inicial do chuveiro de aquecimento a gás, bastante fria, não tivesse a única função de ir para o ralo. O projeto venceu não apenas a feira de ciências do colégio, mas foi selecionado para ser apresentado na maior feira de ciências do Brasil, em São Paulo e, de lá, foram convidados a participar do III Seminário Internacional de Práticas Pedagógicas Inovadoras (SIPPI), em Curitiba (PR), onde prestaram um relato das experiência vividas no colégio.