Tem novidade no açucareiro: os tipos mais benéficos de açúcares naturais
Ele sempre foi visto como um dos vilões da boa alimentação por seu alto poder calórico e por ser um dos desencadeadores da diabetes se consumido em excesso. Por outro lado, é uma inegável fonte de energia e proporciona um sabor doce delicioso, sem o qual muitos não conseguem viver. E de olho justamente nessas pessoas que não querem abolir o açúcar de sua dieta e, ao mesmo tempo, se preocupam em ter uma boa saúde, novas opções – algumas já conhecidas em outros países – vêm surgindo no mercado brasileiro. “As pessoas já estão suficientemente informadas sobre os malefícios do consumo de açúcar refinado”, diz a nutricionista Adriana Zadrozny, Mestre em Fisiologia do Movimento Humano e docente da Faculdade Evangélica. Ela lembra ainda que os adoçantes também têm começado a mostrar seu lado menos atraente. “A química de ambos já não é tão atraente em tempos em que o orgânico e o natural passaram a ser tão valorizados”, emenda. Debora Froehner, médica nutróloga da clínica Nutrocare, atribui o surgimento de novos açúcares a uma demanda da população: “Antes a preocupação maior era em torno de um tratamento adequado. Atualmente, adiciona-se a isso a certeza de que a prevenção é possível por meio de uma alimentação saudável e a adoção de hábitos melhores”, afirma.
Veja a seguir quais são os tipos de açúcares disponíveis no mercado, tire suas dúvidas e escolha o que mais combina com o seu estilo de vida.
TIPOS DE AÇÚCARES
Açúcar é como se chama, genericamente, os carboidratos cristalizados comestíveis. Um açúcar se diferencia de outro pelo seu valor calórico, aspecto nutricional e índice glicêmico. “O valor calórico refere-se à quantidade de energia veiculada por grama de açúcar”, explica Adriana. Já o valor nutricional leva em conta os nutrientes agregados e o índice glicêmico se refere à velocidade com que a glicose chega à circulação. “Quanto maior o índice, maior é a taxa glicêmica desse açúcar”, afirma a nutricionista. Ela explica que o baixo índice glicêmico tem sido recomendado a diabéticos e a quem quer perder peso, pois esse tipo de açúcar faz com que a insulina seja secretada de forma mais lenta. “Alimentos com alto índice glicêmico fazem picos constantes de insulina, favorecendo a fome constante por carboidratos, o aumento da gordura na região do abdômen e também do peso total”, complementa Debora.
O brasileiro tem fácil acesso a três tipos de açúcares provenientes da cana-de-açúcar: branco refinado, cristal e mascavo. Mas, além dessas, há as seguintes opções:
Açúcar de beterraba: tem características parecidas com o açúcar feito a partir da cana – mesmo poder adoçante e valor calórico. É muito comum na Europa, onde o tubérculo cresce facilmente por causa do clima temperado. Não é comum por aqui.
Frutose: além de estar presente nas frutas, nos cereais e no mel, pode ser encontrado em pó também. Mas seu uso deve ser sempre recomendado por um médico.
Mel de agave: frutose extraída da planta mexicana com a qual também se faz a tequila. “Ele fornece o mesmo valor calórico por grama que o açúcar de cana, porém adoça mais”, explica Debora. É altamente recomendado para os diabéticos. “Como ele é digerido mais lentamente, não demanda grandes quantidades de insulina”, reforça Dirlene dos Santos, nutricionista do Hospital VITA Batel.
Açúcar de coco: novidade do mercado brasileiro, já é usado há tempos nas Filipinas. É obtido do néctar das flores do coqueiro e, como não passa por praticamente nenhum processo de refinamento, é considerado a versão mais natural de açúcar. “Tem o mesmo poder adoçante do açúcar mascavo, mas um valor calórico inferior em 40%”, afirma Adriana. É rico em vitaminas B1, B2, B3 e B6, ferro, zinco e magnésio. Entretanto, como há poucos estudos sobre ele, não se sabe se pode causar algum mal ao organismo ainda.
Açúcar de milho: muito usado na indústria alimentícia. Uma de suas versões, a dextrose, não é fermentável nem provoca cáries, por isso é encontrado em alimentos para crianças. Aparece ainda em uma segunda versão, o xarope de milho.
Stevia: obtido a partir de um tipo de arbusto encontrado no Brasil e no Paraguai, tornou-se famoso porque tem alto poder adoçante, 300 vezes superior ao do açúcar refinado de cana. “É um adoçante natural, com praticamente zero calorias”, afirma Dirlene. Recomendado para diabéticos.
FOS: sigla para frutooligossacarídeos. Esse novo tipo de açúcar é feito a partir da síntese de um fungo, que produz uma molécula muito grande para ser absorvida pelo organismo. Por isso, essa nova versão não engorda, não causa cáries e pode ser usada por diabéticos. “Passará a ser fabricado no Brasil graças a um novo modo de fabricação, desenvolvido por uma pesquisadora da Unicamp”, explica Adriana.
E o açúcar de cana?
Os nutricionistas são enfáticos em destacar suas qualidades nas versões mascavo e demerara. “Entre os açúcares derivados de cana, a regra básica é: quanto mais escuro, mais vitaminas e sais minerais ele possui”, afirma Adriana. Por isso, essa opção segue sendo saudável, inclusive o melado. Todos os açúcares que vêm da cana têm valor calórico similar, mas quanto mais escuro, menor seu poder de adoçar os alimentos.
Como escolher o melhor?
Além do gosto pessoal, isso depende muito da condição de sua saúde e do objetivo de sua dieta. O ideal é contar com a ajuda de um nutricionista. “Insisto que devemos aprender a adaptar o nosso paladar ao sabor natural dos alimentos e que mesmo sendo feitas as melhores opções para adoçar, o consumo deve ser feito com moderação”, finaliza Dirlene.
ONDE ENCONTRAR
Açúcar de coco: Natue_www.natue.com.br
Frutose: Box Verde__(41) 3362-3955 | Mercado Municipal, box 435/436
Mascavo e demerara: Organic Lovers_(41) 3151-3303 | Rua. Dep. Antônio Baby, 139, Batel | www.organiclovers.com.br
Pop House_(41) 3224-7703 | Rua Mariano Torres, 948, Centro
Mel e xarope de agave: BioÉ Orgânicos_(41) 3049-7686 | Rua José Sabóia Cortes, 221, Centro Cívico | www.bioeorganicos.com.br
Bouquet Garni_(41) 3223-8490 | Al. Doutor Carlos de Carvalho, 271, Centro
Stevia: Bouquet Garni_(41) 3223-8490 | Al. Doutor Carlos de Carvalho, 271, Centro
*Matéria originalmente publicada na edição 163 da revista TOPVIEW.