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Pequenos hábitos para um grande futuro: Como os bons hábitos da infância podem proteger a saúde na vida adulta

Cirurgião referência em bariátrica mostra a importância de cultivar bons hábitos na infância para proteger a saúde na vida adulta

Pense em uma refeição com o gostinho da sua infância. Qual sabor ela tem? Quais as cores? E quais os ingredientes são usados para torná-la única? Dificilmente essa refeição é composta por alimentos saudáveis… e isso tem uma justificativa: entre os anos 1950 a 1990, as empresas alimentícias promoveram a industrialização das refeições.

O açúcar, por exemplo, já foi item de luxo na era das navegações. Nos Estados Unidos, o ingrediente foi citado como saudável nos anos 1960 — segundo a Aliança de Controle e Promoção da Saúde (ACT), a Fundação de Pesquisa sobre Açúcar pediu a exclusão dos malefícios do consumo de doces em estudo na época.

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Esses maus hábitos alimentares, aliados ao sedentarismo, são alguns dos principais responsáveis pelo crescimento da obesidade mundial. Conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de um bilhão de pessoas são obesas – dessas, 39 milhões são crianças. 

A obesidade no público infantil é uma preocupação para os especialistas. Um estudo do Atlas da Obesidade 2022, publicado pela World Obesity Federation, prevê um crescimento de 23% da obesidade em crianças de cinco a nove anos até 2030 e 18% em adolescentes de 10 a 19 anos. 

Diogo Kfouri, cirurgião bariátrico e digestivo, destaca as causas para desenvolver a doença. “É multifatorial, ou seja, tem diversas causas, como hormonais, alimentares, psicológicas, comportamentais, metabólicas e, é claro, genéticas”. O especialista também aponta os riscos da obesidade: além de aumentar a propensão de desenvolvimento de doenças como diabetes, pressão alta, alterações no nível de colesterol, complicações cardiovasculares (infarto e derrame), a obesidade é a doença que mais mata no mundo. O especialista completa: “o tempo de vida de um obeso mórbido é reduzido em dez anos”.

Cuidado desde a infância

É essencial que os pais incentivem os hábitos saudáveis desde as primeiras refeições oferecidas às crianças. Kfouri elenca algumas ações que devem ser tomadas pelos pais, que, segundo ele, são vistos pelos filhos como um exemplo. “É importante estimular a ingestão de frutas e verduras, evitar que as crianças consumam refrigerantes, açúcar, doces e alimentos ultraprocessados em casa. Além disso, matricular os filhos em esportes, para praticarem exercícios físicos regularmente”.

“Os filhos veem os pais como exemplo” – Diogo Kfouri

Além disso, o cirurgião faz um alerta sobre o cuidado com a alimentação dos adultos, para ser refletida positivamente na escolha das crianças. “Se os adultos comem pizza e hambúrguer, as crianças também vão querer. E é importante lembrar, são os pais que trazem os alimentos para dentro de casa, sejam eles saudáveis ou não”.

Os pais e os responsáveis também devem ficar atentos à composição corporal dos pequenos. Ainda que sejam os pediatras a identificar a obesidade, por meio dos gráficos que norteiam o desenvolvimento por idade, os pais podem perceber o acúmulo de gordura nos braços, pernas e cintura abdominal — que, de acordo com Kfouri, não deveria aparecer na infância. 

“É importante lembrar: são os pais que trazem os alimentos para dentro de casa, sejam eles saudáveis ou não” Diogo Kfouri

Porém, não somente a má alimentação é a vilã da saúde. O médico mostra outros fatores que podem levar uma criança a desenvolver a obesidade, como a falta de exercícios físicos, o estímulo ao uso de telas e, até mesmo, o excesso de jogos virtuais podem aumentar as chances de chegar ao nível da obesidade.

Cirurgia bariátrica

A idade mínima para realização da cirurgia bariátrica, que reduz o estômago, é de 16 anos. Indicada para pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40 ou entre 35 e 40 — na presença de doenças associadas à obesidade — a cirurgia é adequada para quem não obteve sucesso por mais de dois anos em tratamento clínico para normalização do peso.

“A cirurgia não é um milagre”, afirma Kfouri. O cirurgião enfatiza a importância dos pacientes em mudarem os hábitos comportamentais e alimentares — caso contrário, é possível voltar ao peso inicial e levar a consequências graves ao organismo.

5 ações para mudar os hábitos das crianças

  1. Troque refrigerantes por água ou sucos naturais

  2. Prefira frutas e verduras

  3. Evite oferecer alimentos ultraprocessados

  4. Leve às crianças a parques e estimule a prática de esportes

  5. E, é claro, sempre que tiver alguma dúvida sobre o estado de saúde da criança, procure um especialista

*Conteúdo originalmente publicado na edição #278 da revista TOPVIEW.

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