SELF SAúDE

“Na medicina, como no amor, nem nunca nem sempre”

Qual é a função do prognóstico quando falamos de resultados

A frase que dá o título a este texto é um ditado que gostamos de usar no universo da saúde. Mas você sabe o que ele significa?

Muitas vezes, quando um paciente se depara com a necessidade de uma cirurgia ou um novo tratamento, a urgência dele por respostas precisas é latente. “Quanto tempo será a recuperação?” “Poderei continuar com as minhas atividades do dia a dia?” “Qual a chance de sucesso?” É nesse momento que entramos com o prognóstico, que é uma estimativa de como será a evolução de cada paciente, um rumo provável em meio às possibilidades.

Essa predição também ajuda a tomarmos as decisões sobre os próximos passos de tratamentos e procedimentos. Por exemplo, pacientes com um bom prognóstico de câncer podem escolher tratamentos que busquem a remissão. Por outro lado, pessoas com prognósticos ruins podem optar por tratamentos paliativos que aliviem os efeitos colaterais e melhorem a qualidade de vida nos últimos momentos.

Hoje, fala-se muito da Medicina Baseada em Evidências – MBE –, que tem suporte em processos científicos, por meio de estudos de natureza estatística e epidemiológica. A prática da MBE, somada a exames cada vez mais avançados, novas tecnologias e pesquisas genéticas, permite uma precisão cada vez maior. Porém, assim como no amor, a medicina não pode ser 8 ou 80. E tanto o que tange as paixões como a nossa saúde envolve um elemento único na equação: pessoas.

Cada uma tem suas características únicas, suas necessidades e seus valores. E, apesar de muitos acharem, a medicina não é uma ciência exata. O próprio prognóstico precisa ser um processo revisado e atualizado ao longo do tempo para que os pacientes façam escolhas conscientes. Nós, médicos, não temos todas as respostas, mas podemos ajudar a traçar os caminhos para promover as melhores opções de saúde e bem-estar, de acordo com cada indivíduo. Um guia em meio aos caminhos tortuosos da vida. Afinal, na medicina, como no amor, nem nunca nem sempre.

*Matéria originalmente publicada na edição #262 da revista TOPVIEW.

Deixe um comentário