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Mounjaro: especialista orienta a como evitar o reganho de peso pós-medicamento

Medicamento já está disponível nas farmácias brasileiras

A tirzepatida é mais um medicamento aprovado pela ANVISA para o controle da obesidade e diabetes tipo 2 e já está disponível em farmácias no Brasil. Com o nome comercial de Mounjaro, o medicamento é um concorrente direto do Ozempic (semaglutida) e tem demonstrado um efeito superior no controle da glicemia. 

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“A tirzepatida age como um agonista dual dos receptores de GIP, um polipeptídeo inibidor gástrico, e GLP-1, peptídeo semelhante ao glucagon-1. Ela reduz o apetite ao retardar o esvaziamento gástrico e aumentar a saciedade, além de melhorar a resposta à insulina e aumentar o gasto energético”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

“Mas alguns ajustes alimentares são recomendados com essa medicação, seja para potencializar seu efeito ou para reduzir os efeitos colaterais”, diz a médica.

Entre os principais cuidados, a nutróloga orienta aumentar o consumo de proteínas para preservar massa muscular. “O envelhecimento acelerado combinado ao baixo consumo proteico pode diminuir a massa muscular do paciente, principalmente se ele não fizer atividade física”, explica a médica.

“Além disso, é recomendável priorizar as fibras para auxiliar na saciedade e no trânsito intestinal; consumir gorduras boas para ajudar no controle glicêmico; e fracionar as refeições para evitar desconforto digestivo”, sugere. “Por outro lado, é indicado evitar ou consumir com moderação: alimentos ultraprocessados ricos em açúcares, sal e gorduras modificadas; bebidas alcoólicas, que podem intensificar efeitos colaterais como náuseas; alimentos gordurosos e de difícil digestão, como as frituras de imersão; e refeições volumosas, pois o esvaziamento gástrico é mais lento”, destaca.

Como fugir dos efeitos colaterais do Mounjaro

Para fugir efeitos colaterais como náuseas, a médica orienta que o paciente coma devagar e evite alimentos gordurosos; já para evitar refluxo, o ideal é não tomar refrigerantes, bebidas gaseificadas, café e não ingerir alimentos ácidos à noite.

“Beber água é fundamental para evitar constipação, fadiga e otimizar o metabolismo. Recomenda-se no mínimo 2L/dia, podendo variar conforme necessidade individual”, comenta.

Planejamento potencializa emagrecimento

Para ingerir a quantidade adequada de nutrientes essenciais, a Dra. Marcella Garcez orienta planejar as refeições, de forma equilibrada e variada. “Monitorar o consumo adequado de proteínas, ferro, cálcio, vitaminas do complexo B e gorduras boas como os ácidos graxos ômega-3. O médico avaliará a necessidade de suplementação”, completa. “A suplementação vai depender do perfil nutrológico de cada paciente. Como há́ menor ingestão calórica e mudanças na absorção de nutrientes, geralmente é indicada suplementação de macronutrientes como proteínas, ácidos graxos e fibras, assim como os micronutrientes vitaminas e minerais, especialmente ferro, B12, D e magnésio. Para tanto o acompanhamento médico é essencial, para evitar as consequências indesejáveis da perda de peso malconduzida”, comenta.

Para manter a motivação e evitar deslizes alimentares durante o uso das canetas de emagrecimento como o Mounjaro, a médica orientar focar em metas realistas e monitorar progresso com dados antropométricos periódicos, fotos, avaliação médica e nutricional. “Também é importante manter refeições prazerosas e saudáveis com o objetivo de mudar e sedimentar novos hábitos, praticar atividades físicas moderadas, frequentes e sustentadas e ter suporte médico, mental e social”, enfatiza. 

Como evitar o reganho de peso após optar pelo Mounjaro

O reganho de peso após uma redução bem-sucedida pode ocorrer por diversos fatores, segundo a nutróloga. “O primeiro deles é a falta de entendimento que a responsável pela perda de peso é a mudança de hábitos alimentares e não a medicação, que apenas torna a dieta mais facilmente factível.

Para evitar a recidiva, além do entendimento que a obesidade é uma doença crônica, que como todas, não tem cura definitiva e sim tratamento e controle, é fundamental: manter a dieta rica em proteínas, fibras, e outros nutrientes que ajudaram no processo de perda de peso; controlar, para sempre, o tamanho das porções; evitar retornos aos hábitos antigos e procurar fazer boas escolhas alimentares, tanto na compra de alimentos, quanto nas refeições fora de casa; priorizar atividade física para equilíbrio metabólico; e manter o acompanhamento médico periódico”, finaliza a Dra. Marcella.

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