Menopausa e hábitos alimentares: saiba como a má alimentação pode antecipá-la
O fim dos ciclos menstruais na mulher acontece de maneira natural entre os 45 e 55 anos, mas fatores genéticos e ambientais, tal qual uma alimentação defasada em nutrientes, sedentarismo, estresse crônico e estilo de vida inadequado, podem contribuir para a antecipação desse momento. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a menopausa precoce afeta uma em cada 100 mulheres por volta dos 40 anos e uma em cada 1 mil mulheres antes dos 30.
Além disso, um estudo publicado em 2020 na Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia revelou que 5,6% das mulheres já conviviam com a menopausa antes dos 40 anos.
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“Uma junção de fatores pode influenciar a antecedência do fim dos ciclos menstruais, principalmente o que a mulher ingere. A alimentação impacta diretamente a produção hormonal, o que explica quando a mulher apresenta um quadro de resistência à insulina, por exemplo, o que por si já afeta a produção de estrogênio nesse período”, orienta Thais Dias, nutricionista especializada em climatério e menopausa.
O declínio hormonal é um dos responsáveis por alterações importantes na saúde e bem-estar da mulher, ainda mais quando associado a falta de atividade física e uma dieta ineficiente.
“A partir disso surgem as ondas de calor, insônia, inchaço, dores de cabeça e no corpo, fadiga, falta de memória, cansaço, entre outros incômodos”, completa.
Maus hábitos alimentares x sintomas da menopausa
Uma alimentação inadequada durante o climatério e a menopausa influencia bastante nas alterações intestinais, aumento dos fogachos, dificuldades para dormir e emagrecer e maior acúmulo de gordura na região abdominal.
“Todos esses sintomas passam a ser agravados com uma dieta que prioriza carboidratos refinados, industrializados, frituras, excesso de açúcar e gorduras”, reforça a nutricionista.
“Quem não se alimenta bem têm mais chances de desenvolver desconfortos na menopausa e um corpo em constante estado de inflamação sofre o risco de manifestar doenças crônicas e autoimunes”, salienta.
Quando há indícios da menopausa, é necessário optar pela mudança de estilo de vida e por isso orientação nutricional, além do ginecologista, é fundamental para manter o bem-estar.
“A mulher no início desse período ou no climatério precisa redobrar os cuidados com a alimentação, pensando em um cardápio que ofereça todos os nutrientes necessários e em quantidades adequadas que também melhorem os sintomas”, destaca Thais.
“Exercício físico, boa higiene do sono, gerenciamento de estresse e alimentação equilibrada são essenciais para a amenização dos desconfortos e manutenção da saúde nesse período”, compartilha.
3 desvantagens da má alimentação para a menopausa
Está comprovado que maus hábitos influenciam a data da chegada da menopausa. Em alguns casos, o fator genético é predominante, mas o excesso de consumo de álcool, o cigarro e a ingestão de uma dieta com baixo teor nutricional podem influenciar e até antecipar o fim dos ciclos menstruais.
Consumo excessivo de açúcar
Não apenas em doces, mas também os que estão presentes nos produtos industrializados como torradas e iogurte.
“O alto teor de açúcar vai aumentar os sintomas da menopausa e pode predispor a mulher a um quadro de resistência à insulina ou pré-diabete, causando um processo de inflamação crônica que vai abrir portas para inúmeras doenças num corpo que já está sensível devido à mudança hormonal”, indica a nutricionista.
Baixa ingestão de proteína
Geralmente nesse período a mulher tem uma predisposição a consumir menos carnes e ovos, seja por gosto ou porque não está digerindo esse tipo de alimento por alterações no sistema gastrointestinal.
“Uma ingestão inadequada de proteína colabora para a perda de massa muscular que já acontece durante o climatério e menopausa. Essa perda impacta na saúde óssea, imunidade e até mesmo autonomia durante o envelhecimento”, argumenta.
Falta de variedade na alimentação
“A monotonia alimentar não fornece ao organismo o que ele precisa, como um bom aporte de cálcio, antioxidantes, ferro, vitamina B12, magnésio, zinco, ácido fólico e selênio, sendo conseguidos por meio de uma dieta variada e rica nutricionalmente”, finaliza Thais.