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Medicina e esporte: união para cumprir propósitos

Georgia Zattar, profissional que atua em Medicina Integrativa e pós-graduanda em Medicina Esportiva e Nutrologia, uniu o esporte à sua rotina para transformar a vida de seus pacientes

Ser atleta ultrapassa o amor pela vitória, pela fama, pelo dinheiro ou simplesmente o amor pelo esporte. Ser atleta é ser atleta sempre. Dentro ou fora das competições. Para a médica Georgia Zattar, que atua em Medicina Integrativa e é pós-graduanda em Medicina Esportiva e Nutrologia, ser atleta — além de também uma profissão —, é estilo de vida. A profissional está inserida no universo esportivo desde os nove anos de idade, quando começou sua carreira de ginasta de alto rendimento. Aos 12, viajou até a Bulgária para treinar, país que, junto à Rússia, é referência mundial no esporte. Georgia ficou 40 dias no país, treinando oito horas por dia.

“Logo quando ingressei, treinava quatro horas por dia. Dedicava corpo e alma, competia bastante. Na Bulgária, treinava oito horas por dia. As técnicas, inclusive, diziam que eu tinha futuro na profissão”, relembra Georgia, acrescentando que sua vida, contudo, acabou rumando a outro norte. Enquanto pôde, a médica se dedicou à ginástica, mas por causa de falta de apoio no esporte — já que, segundo ela, apenas o futebol hoje tem auxílio necessário, enquanto atletas de outras modalidades precisam bancar o sonho sozinhos —, optou pela Medicina, outro sonho antigo.

“Já sabia que ser médica era um caminho que queria trilhar, mas fazê-lo junto a quatro horas por dia de treino, somado à necessidade de passar no vestibular, seria muito difícil”, conta. Aos 15 anos, decidiu encerrar sua atividade na ginástica, o que, para ela, fora um momento muito dolorido. “Foi muito difícil virar essa chave e, desde então, apesar de também ser apaixonada pela Medicina, ficou um vazio muito grande em relação à Georgia atleta”. 

Portanto, decidiu dedicar-se ao sonho de ser médica, seguindo seus desejos e, também, o exemplo familiar: Georgia faz parte da quarta geração de médicos na família. Em 1942, Sadalla Amim Ghanem, seu avô, fundou o Hospital de Olhos Sadalla Amim Ghanem, em Joinville, Santa Catarina, que é centro de referência na oftalmologia brasileira. 

Dois anos antes de se formar na graduação, que cursou na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR), em 2018, a esportista se descobriu no triatlo. Hoje, após retomar a carreira no esporte, hoje é triatleta de alto rendimento. “Viso provas profissionais, como se fosse minha segunda profissão. Então, comecei a me dedicar muito ao triatlo. No começo, conciliando ainda com a faculdade de Medicina. Dava 12 horas de plantão e treinava mais três. Uma coisa bem louca, como dizem”, brinca. Hoje, Georgia é acompanhada na profissão pelo seu treinador, Alexander Loiola Gomes — que também é seu namorado. O esportista foi triatleta profissional por 26 anos, que renderam a ele inúmeros títulos nacionais e internacionais.

(Foto: Divulgação)

“Ainda no primeiro ano de competições da nova modalidade, fui campeã da Copa Brasil, vice-campeã panamericana, tudo na minha categoria. Fui classificada, inclusive, no mundial que aconteceu em 2019. Desde 2020 o setor está parado devido à pandemia, mas afirmo que hoje levo o triatlo e a Medicina como duas profissões”, explica Georgia, que acredita que ambas têm grande conexão. 

Por isso, com a volta à vida de atleta, uniu o útil ao agradável: optou por trilhar o caminho do esporte dentro da Medicina. Pós-graduanda em Medicina Esportiva e Nutrologia, na área, consegue colocar em prática o que eu treina fora do consultório. “Fui fazendo meu nome. Tenho pacientes atletas que me buscam devido às minhas conquistas no triatlo e isso é muito legal. Consigo motivar as pessoas”, conta a médica, que atua também no âmbito integrativo, que consiste na prevenção de doenças. 

“Isso chama muito a atenção das pessoas que querem mudar hábitos. É uma medicina que utiliza prevenção, então você previne por meio dos seus hábitos de vida: dormir bem, ter bons relacionamentos, se estressar menos, comer bem, fazer atividade física. Essa base, na verdade, é tudo”, explica Zattar. Dessa forma, segundo ela, é possível, além de prevenir, como também tratar doenças. “Sabemos que um paciente com diabetes ou hipertensão, por exemplo, se não se alimentar bem e fizer exercícios, vai ficar o resto da vida tratando com muitos remédios. A cascata medicamentosa vai aumentando”.

Hoje, Georgia é vista como um exemplo tanto para seus pacientes quanto para o público que a acompanha nas redes sociais. Tem gente que me fala ‘vim até você porque tudo tudo o que vc faz me motiva: o fato de ser atleta e ter tanta energia me motiva’”. A médica revela ainda que a atuação nessas áreas, portanto, mudou completamente o rumo de sua vida. 

“É muito legal conciliar lifestyle com a profissão. Inclusive, é difícil um médico incentivar as pessoas a comerem bem e fazerem exercícios se nem ele faz. Então, como ele vai conseguir se motivar?”, questiona. Para ela, isso deve ser refletido por qualquer profissional da saúde — seja um personal trainer, nutricionista. “É muito bom olharem para você e verem um espelho e, a partir disso, se inspirar. Acho isso muito legal e hoje estou firme nesse caminho”, compartilha a atleta. 

No início, Georgia teve dúvidas se realmente conseguiria conciliar ambos os caminhos. Porém, afirma que foi nesse momento em que percebeu que tudo é possível: “Conseguimos ser médica, atleta e fazer muitas coisas se realmente quisermos. Essa é a mensagem que tento passar para os meus pacientes”, argumenta. “Falando sobre energia, muita gente acha que não dá para cumprir seus objetivos. Se você tem uma profissão que te consome, isso não quer dizer que você não consiga ter uma vida saudável”, complemente.

Em sua rotina, Georgia pretende mostrar que transformar a vida para melhor é questão de prioridade. “É preciso colocar a saúde em primeiro lugar, assim como outras obrigações. Quando começo a falar sobre isso, começam a perceber que fazes sentido: muito mais foco e energia que são depositados no trabalho é preciso ser destinado à saúde. Com isso, você não arranja desculpas: arranja uma forma de fazer”, elucida. 

Em seu caso, por exemplo: Georgia acorda às 5h para treinar. Durante a faculdade de Medicina, encerrava as atividades esportivas às 23h. “É muito fácil falar que não tem tempo. Eu não tinha tempo, mas dei um jeito. O ‘não ter tempo’ limita muita gente, mas é preciso pensar fora da caixa”, explica, acresentando que, no fim das contas, sua consulta envolve muito a psicologia. Afinal, segundo ela, mudar hábitos não é algo fácil, “O tratamento começa na própria escolha de prioridades”, conclui. 

(Foto: Acervo pessoal)

Repensando o emagrecimento

No dia a dia do consultório, a médica é constantemente procurada por pacientes que pretendem emagrecer. Contudo, reconhece: muitos vão à procura de milagres. “E isso só acontece a base de remédio. Com isso, eu falo: o remédio tem efeito passageiro. Quando parar de tomá-lo, tudo volta ao que era antes. Agora, se eu mudar você, eu mudo consequentemente a sua vida, sua forma de pensar”, argumenta Georgia. 

Entretanto, isso não se resume à saúde. Na verdade, faz-se presente em tudo o que o paciente faz em sua vida. “Toda mudança de hábito gera uma mudança interna. Ela vai em busca de emagrecimento, mas depois do tratamento ela tem hábitos que trazem benefícios em várias esferas da vida. A pessoa ganha uma vitalidade, uma força interior que sequer sabia que tinha. Começa a ver, inclusive, que pode, e isso muda seu conceito sobre si mesma”, defende a médica. 

Quanto às questões de “não consigo, não posso e não tenho tempo”, ela afirma: tudo isso gera uma fraqueza interior que, na verdade, resume-se a uma necessidade de pensar fora da caixa. “Quando começa a fazer atividade física e se alimentar bem, ela dorme melhor, tem mais disposição, chega no trabalho uma outra pessoa”, conclui a médica. 


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