SELF SAúDE

Sedentarismo e inatividade física podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares

Diretrizes de saúde contemporâneas consideram que ficar longos períodos sentado, seja em função do trabalho ou lazer, e falta de regularidade de exercícios são tão prejudiciais quanto o tabagismo

O sedentarismo e a inatividade física estão relacionados ao aumento do risco de doenças cardiovasculares e morte prematura, semelhante aos perigos oferecidos pelo tabagismo. Ficar longos períodos sentado, seja em função do trabalho ou lazer, e a falta de regularidade de exercícios físicos contribuem para o desenvolvimento ou agravamento de muitas doenças crônicas, acidentes vasculares cerebrais (AVC), diabetes tipo 2 e alguns tipos de câncer. Alertar a população sobre os danos e as consequências negativas para o corpo de se passar horas deitado no sofá ou sentado na cadeira em frente ao computador é uma tendência mundial na forma de enxergar o comportamento sedentário.

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O cardiologista do Hospital INC (Instituto de Neurologia de Curitiba), Rafael Marchetti, reforça que cuidar desses fatores é a base para se ter um coração saudável. 

“Sentar menos, mover-se e exercitar-se mais são o foco das diretrizes de saúde pública contemporâneas. Sabemos que todos os fatores de risco precisam ser eliminados. Mas o sedentarismo é muito preocupante, porque sabemos que atinge todas as faixas etárias, principalmente os jovens. A baixa capacidade física representa um risco de morte tão grande quanto a pressão alta ou colesterol alto”, explica o médico. “O sedentarismo é considerado um problema global de saúde pública e também uma das principais causas de incapacidade no mundo”.

O estilo de vida sedentário aumenta as chances de morte em torno de 20% a 30%, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), que também estima que 5 milhões de mortes poderiam ser evitadas, por ano, se a população fosse fisicamente mais ativa. O cardiologista do INC define o que seria o comportamento sedentário. “Qualquer atividade feita enquanto se está acordado e que envolve um baixo gasto energético, como estar na postura sentada, reclinada ou deitada. As diretrizes de saúde consideram comportamento sedentário o tempo que passamos sentados no lazer, usando dispositivos eletrônicos, no trabalho ou no total do dia”, esclarece Rafael Marchetti. “E consideramos inatividade física, quando observamos que há um nível insuficiente de atividade física de moderada a vigorosa para atender à atual recomendação dos órgãos de saúde”.

Para evitar os efeitos negativos do sedentarismo e da inatividade física, é importante estar em movimento durante duas horas e meia (150 minutos), por semana. “Mas é importante ressaltar também que para uma pessoa sedentária, qualquer movimento já traz benefícios, mesmo pequenas caminhadas no dia a dia”, esclarece o cardiologista, informando que atividade física é qualquer movimento corporal produzido pela contração dos músculos esqueléticos que resulta em um aumento do gasto energético em relação ao repouso. Pode ser uma caminhada, como ir a pé ao trabalho ou à escola, andar de bicicleta, passear com o cachorro, limpar a casa, lavar o carro.

Já o exercício físico, é uma forma específica de atividade física, que deve ser planejada, estruturada e repetitiva, para melhorar os componentes da aptidão física – fazer corrida, natação, ciclismo, yoga, alongamentos, levantamento de pesos, entre outros. “O comportamento sedentário prolongado leva à resistência à insulina, disfunção vascular, redução da aptidão cardiorrespiratória, perda de massa muscular e força e massa óssea, aumento da massa de gordura corporal total e do depósito de gordura visceral, concentrações de lipídios no sangue e inflamação. São muitos danos à saúde, por isso reduzir ou interromper o sedentarismo é fundamental”, reforça Dr. Rafael Marchetti.

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