Saiba como identificar a Síndrome do Pânico
O relatório desse ano da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostra que mais de 15% da população brasileira sofre com algum tipo de transtorno. Deste percentual, 9,3% sofrem de ansiedade – fator responsável por desencadear a síndrome do pânico que, de acordo com a OMS, está classificada nos transtornos da ansiedade.
A psicóloga Nataly Martinelli explica algumas das características das pessoas que são acometidas por esta síndrome. “[a Síndrome do Pânico] é caracterizada pela presença de manifestações ansiosas graves, que não são desencadeadas unicamente pela exposição a uma determinada situação, mas sim de forma imprevisível. Os sintomas depressivos ou obsessivos, assim como também as fobias podem estar associados neste contexto. As pessoas que são acometidas por essa síndrome demonstram ser ansiosas, perfeccionistas, exigentes consigo e se sentiram desprotegias em algum momento de sua vida”.
A Síndrome do Pânico pode afetar o dia a dia apresentando quadros de início súbito, com ansiedade intensa, sensação de morte iminente, acompanhados por palpitações, vertigem, ondas de frio e calor, dor no peito, sudorese, tremores, sensação de desmaio, medo intenso de morrer e de perder o controle.
Após ocorrer o diagnóstico do transtorno por um profissional médico (preferencialmente um psiquiatra), o tratamento poderá ser medicamentoso. Neste caso, há possibilidade de utilizar fármacos ansiolíticos (com intuito de reduzir a ansiedade) e/ou antidepressivos. É recomendável que o tratamento seja associado a algum tipo de psicoterapia, com intuito de diminuir o percentual de recaídas ao longo do tempo, possibilitando ao paciente a administração dos sintomas relacionados a essa patologia.
“Os pacientes acabam procurando ajuda quando os sintomas se tornam repetitivos, isto é, por ocorrerem mais de uma vez no período de um mês ou quando manifestar alterações de comportamento vinculado as crises”, alerta Nataly Martinelli. Para que o tratamento seja efetivo é de suma importância que o paciente esteja engajado e tenha vontade de lidar com as suas questões internas de maneira responsável.
No acompanhamento psicológico o paciente terá a oportunidade de desenvolver um processo de autoconhecimento, realizar exercícios de respiração e relaxamento. Como o cientista e médico Jon Kabat-Zinn postula “não conhecer o nosso próprio corpo e a própria mente é uma das razões pelas quais as pessoas sofrem e ficam doentes“.
A realidade virtual e a Síndrome do Pânico
“Um dos métodos que tem se mostrado eficaz para a redução e o manejo das reações de ansiedade são as técnicas em que se faz uso da realidade virtual. O objetivo do uso dessa tecnologia, que é aplicada por meio do uso de um óculos, é reproduzir a sensações de realidade para o indivíduo e, assim, captar as sensações por ele vivenciadas e, com isso, poder auxiliar nas questões que lhe ocasionam o pânico. Com o uso do sistema de realidade virtual é possível trabalhar com a respiração diafragmática, relaxamento muscular progressivo e técnica de meditação – Mindfulness. Essas práticas proporcionam um aumento da consciência corporal, também equilibra o organismo, normalizando a frequência cardíaca”, explica Nattaly, que também é especialista em tratamento com realidade virtual.