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Artigo: na Semana de Combate à Osteoporose, o recado é especialmente para as mulheres

A doença silenciosa que diminui massa óssea pode afetar mais as mulheres após a menopausa

Dia 20 de outubro é o Dia Mundial de Combate à Osteoporose. Doença silenciosa e que raramente apresenta sintomas, a osteoporose se dá pela diminuição de massa óssea, com maior chance de fratura, muitas vezes resultando em dor e incapacidade prolongada. Segundo dados da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO), estima-se que aproximadamente 10 milhões de pessoas tenham osteoporose no Brasil. Vinte e cinco por cento mulheres na fase pós-menopausa têm osteoporose e um 1/6 dos homens com mais de 70 anos possuem a doença.

A endocrinologista, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – regional Paraná (SBEM-PR) e presidente da ABRASSO – Regional Paraná, dra Gleyne Lopes Kujew Biagini, lembrou que o baixo consumo de cálcio é uma preocupação constante dos especialistas quando o assunto é a osteoporose.

“O cálcio é um importante mineral que deve estar sempre presente na alimentação. E nesse momento vale se lembrar daquela dica valiosa das avós: ‘tomar leite para ter ossos fortes’. De fato, o leite é uma das fontes de cálcio que melhor favorece a absorção e aproveitamento, e possui características físico-químicas que proporciona uma  maior quantidade de cálcio por unidade servida na nossa dieta”, explicou a especialista.

Quem não toma leite deve buscar o cálcio em derivados como iogurte, queijos, ovos, peixes e até mesmo em verduras e legumes.

Funções do cálcio

Uma das mais importantes funções do cálcio no organismo é compor a estrutura do esqueleto, que fica forte e resistente. A deficiência de cálcio nas crianças fragiliza a formação óssea e causa problemas como o raquitismo e o déficit de crescimento na infância e durante a puberdade. Depois de adultas, a partir da meia-idade, podem também ter osteoporose e, por consequência, fraturas.

Mulheres são as mais afetadas

Segundo a especialista, o estrogênio é um hormônio que quase desaparece na pós-menopausa e por estar ligado à manutenção da massa óssea, as mulheres se fragilizam mais do que os homens quando o assunto é a osteoporose. Além disso, a geometria e volume ósseos são mais favoráveis aos homens que geralmente possuem ossos maiores e com a camada cortical mais espessa.

“A fase da pós-menopausa é um período crítico para que haja a perda da massa óssea, portanto a avaliação médica neste período pode detectar os indivíduos que já têm o problema ou estão numa faixa de maior risco. A fratura por baixo impacto faz o diagnóstico de maneira definitiva. A história de fratura na família ou mesmo a história pessoal de duas ou mais fraturas na infância são fortes indicativos”, acrescenta a especialista.

O local mais comum do corpo que a osteoporose afeta é a coluna, mas a fratura de punho ou mesmo a de fêmur são as mais citadas por mudar drasticamente o cotidiano  do paciente.

Importância da vitamina D

A Vitamina D é fundamental para nossa saúde pois promove a absorção de cálcio, em especial para o fortalecimento ósseo. Mas como ela não está presente na maioria dos alimentos, a dica é obtê-la através da exposição ao sol ou, quando isso não for possível, através de suplementos vitamínicos. No entanto, a reposição de cálcio por meio das vitaminas deve ser feita apenas com indicação médica, e personalizada de acordo com a necessidade de cada paciente.

“Os estudos com suplementação de cálcio e vitamina D são definitivos mostrando o benefício nos indivíduos com osteoporose e principalmente naqueles que estão institucionalizados (em casas de repouso, asilos, por exemplo)”, complementa Gleyne.

Toda suplementação deve ser feita sob supervisão médica e com cautela, já que níveis excessivos são considerados risco de hipercalcemia (quando a quantidade de cálcio no sangue é maior do que o normal) e podem ocasionar intoxicação.

Quantidade de cálcio por dia

A indicação da especialista é em torno de 1000 mg de cálcio por dia, de maneira geral, sempre optando pelo cálcio nos alimentos e não com suplemento medicamentoso. Na página da ABRASSO é possível saber a lista de alimentos que mais possuem cálcio e fazer um cálculo diário do consumo.

Dicas para ter ossos saudáveis

A International Osteoporosis Foundation (IOF) também dá dicas importantes para se ter ossos saudáveis. Mesmo para aqueles pacientes que não tenham fator de risco é fundamental tomar medidas para melhorar sua saúde óssea, optando por hábitos de vida saudáveis no dia a dia.

  • Praticar exercícios regulares de levantamento de peso e fortalecimento muscular;
  • Ter uma alimentação saudável, rica em cálcio e proteína, além da ingestão correta de vitamina D e exposição solar segura para uma boa absorção. Caso tenha mais de 60 anos – e depois de uma avaliação médica, fazer a suplementação de vitamina D;
  • Evitar fumar e consumir álcool em excesso.

Artigo de Gleyne Lopes Kujew Biagini

Gleyne Lopes Kujew Biagini é médica especialista em Endocrinologia e Metabologia, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – regional Paraná (SBEM-PR) e presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO – Regional Paraná).

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