Saiba mais sobre o câncer que vitimou o ator Chadwick Boseman
Um dos assuntos mais comentados durante o final de semana foi a morte precoce do ator Chadwick Boseman, astro de Pantera Negra, depois de uma batalha contra o câncer de cólon. Segundo o Dr. Marciano Anghinoni, cirurgião oncológico especialista em câncer do aparelho digestivo do Hospital São Vicente Curitiba, o câncer do intestino grosso compreende os tumores que acometem o cólon e o reto, que é a porção final do intestino grosso, por isso esse câncer também é chamado de câncer colorretal. Em todo o mundo é o terceiro tipo de câncer mais comum e as estimativas oficiais revelam que no Brasil, em 2020, teremos cerca de 40.000 novos casos.
“A maioria desses tumores inicia-se a partir de pólipos, que são lesões benignas e tem potencial de evoluírem para um câncer. A Colonoscopia é um exame importante nesse sentido, pois permite a retirada dessas lesões precursoras”, afirma o médico.
Como a maioria dos tumores, esse tipo de câncer costuma não causar sintomas nos estágios iniciais. Os sintomas mais comuns, que quando presentes, sugerem a presença desse tumor são: constipação (prisão de ventre), sangramento nas fezes, diminuição do calibre das fezes, distenção e dor abdominal, perda de peso, dentre outros.
O principal tratamento consiste na cirurgia para os tumores localizados. Para tumores mais avançados, tratamentos como quimioterapia, radioterapia e outras medicações mais modernas como as terapias-alvo e imunoterapia também podem ser indicadas dependendo do subtipo e estágio do tumor.
“Quando tratado nos estágios iniciais, esse tipo de câncer tem boas chances de cura, mas infelizmente, no Brasil, em razão do diagnóstico tardio, a maioria dos pacientes são tratados nas fases mais avançadas, onde a chance de cura é menor. Por isso é muito importante que as pessoas procurem um especialista na presença dos sintomas citados acima”, alerta Dr. Anghinoni.
Os principais fatores de risco para esse tipo de câncer são: idade acima de 50 anos, herança genética familiar, doenças inflamatórias intestinais como a retocolite ulcerativa e a Doença de Crohn, obesidade, sedentarismo, tabagismo e consumo excessivo de álcool. Além disso uma dieta pobre em frutas e verduras e com excesso de carne vermelha também configura-se como importante ator de risco. Sobre essa questão, os estudos revelam que as carnes processadas como linguiça, salsicha e mortadela, tem uma correlação maior com o câncer de intestino, assim como as carnes submetidas à altas temperaturas, como no preparo do churrasco. Não se tem certeza de qual seria a quantidade segura de carne vermelha a ser consumida, mas algumas pesquisas revelam que o limite seria de 400 gramas por semana.
“Por isso, é importante que as pessoas se conscientizem que os principais fatores de risco para esse tipo de câncer são fatores evitáveis, ligados aos maus hábitos alimentares, inatividade física, tabagismo e consumo abusivo de bebidas alcoólicas”, complementa o especialista.