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A educação precisa estar em constante transformação

Entender que o caminho da aprendizagem não é algo pronto é fundamental para promover experiências além da sala de aula

Pensar nas experiências educativas a partir do cotidiano da criança é a alma da pedagogia para a educação infantil. A educação na primeira infância, ou seja crianças de zero a seis anos, deve sair da relação estreita de utilização fragmentada dos materiais didáticos e voltar para os olhares do cotidiano da criança, propiciando a ela vivenciar e explorar os espaços da escola, ambientes preparados com diferentes elementos para as experimentações, o que possibilita uma vivência intensa e autônoma em relação às propostas dispostas ao seu redor.

Siegel e Bryson (2011) afirmam que, nesse período da infância, o cérebro da criança é programado e reprogramado por experiências do cotidiano – o cérebro é “plástico” e se modifica ao longo da vida, pois as crianças têm uma mente que coleciona, vive e aprende por meio das multiplicidades de pensamentos e opiniões e de relações intensas. Para tanto, cabe aos pais e professores estimularem os pequenos a utilizar, de forma integrada, as diferentes partes do cérebro.

Dessa forma, a aprendizagem nessa faixa etária deve seguir a premissa de que o saber não é algo pronto: é algo que vai se construindo a partir das experiências com o meio social, cultural, material e na relação com os pares. A capacidade de refletir da criança é ativada quando o adulto que está à sua volta, com um olhar atento aos detalhes, cria e impulsiona uma situação dinâmica que a conecta a vários âmbitos, permitindo que ela se surpreenda!

“A criança é feita de cem./A criança tem cem mãos/cem pensamentos/cem modos de pensar/de jogar e de falar./ Cem, sempre cem/modos de escutar/as maravilhas de amar. Cem alegrias/ para cantar e compreender./Cem mundos/ para descobrir./Cem mundos/ para inventar./Cem mundos/para sonhar./A criança tem/ cem linguagens/(e depois cem cem cem)/ mas roubaram-lhe noventa e nove…” (Loris Malaguzzi, 2015).

Sobre o assunto

Livro: “O cérebro da criança” – Daniel J.Siegel e Tina Payne Bryson – nVersos

(Foto: divulgação)

Livro: “As cem linguagens da criança” – Carolyn Edwards, Lella Gandini e George Forman – Penso

(Foto: divulgação)

Filme: “O começo da vida” – Dirigido por Estela Renner 

(Foto: divulgação)

 

*Coluna originalmente publicada na edição #251 da revista TOPVIEW. 

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