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Ele tinha tudo: Davi Satyanatha deixou o luxo para se tornar monge

O que acontece depois que já se tem tudo? Para algumas pessoas, a resposta é não ter mais nada além de si mesmas

Até os 22 anos de idade, a vida de Davi Satyanatha Murbach pareceu seguir um script perfeito – ou, pelo menos, esteve perto disso. Formado em Engenharia da Computação pela Unicamp, no início dos anos 2000, ele já trabalhava com consultoria estratégica em uma multinacional e estava no caminho certo para se tornar um dos grandes executivos da sua geração.

Embora as confirmações externas apontassem para o sucesso e a realiza ção, o jovem estava longe de se sentir assim. “Sentia-me inquieto e com um vazio no coração muito profundo. Queria uma vida com mais significado”, relata. O desconforto com a realidade foi tamanho que gerou uma mudança na mesma proporção. Davi deixou tudo para trilhar uma jornada em busca da sua verdadeira essência em um dos monastérios mais antigos do mundo, o Kauai Aadheenam, no sul da Índia. Até então, os maiores contatos com meditação que ele teve foram por meio de livros e encontros de grupos praticantes.

Apesar de rodeado por uma na tureza exuberante no meio de umafloresta, o monastério não dispunha de energia elétrica ou água encanada. Além de abrir mão desses confortos, o até então aprendiz estava condicionado a uma rotina pesada de estudos, prática de meditação e serviços.

Foi despido de tudo o que tinha e estava acostumado em termos materiais que ele achou o que mais buscava. “Na cabana do monastério, comecei a sentir uma felicidade de dentro para fora. Não via hipocrisia nos meus movimentos e me reconhecia em cada tarefa e cada fala”, afirma.

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