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O jeito Tiffany de fazer

Com cargos administrativos majoritariamente femininos, a Tiffany & Co. desponta como uma das poucas joalherias com práticas sustentáveis e ações de desenvolvimento social

Em 2006, o filme Diamantes de Sangue chegou às telas de cinema e abalou o público ao colocar em xeque o mercado de diamantes. O longa-metragem, que tem como protagonista o ator Leonardo DiCaprio, mostra a cruel realidade dos diamantes extraídos em zonas de guerra, geralmente em países subdesenvolvidos da África, e vendidos para financiar grupos insurgentes ou ditadores.

Em meio a tantos escândalos e à falta de transparência das empresas de extração e joalherias globais, a Tiffany, desde o século passado, surge como exceção à regra. Com um processo claro, a joalheria nova-iorquina é uma das únicas que revela a trajetória de seus diamantes: desde o processo da extração até a criação dos anéis, colares e brincos que vestem milhares de mulheres em todo o mundo.

No ano de 2019, a joalheria se tornou a primeira marca de joias de luxo global a fornecer para seus clientes a região ou o país de origem da extração de novos diamantes – que vêm apenas de áreas livres de conflito. E já há dois anos a marca compartilha a jornada artesanal, além da proveniência de sua matéria-prima.

Outro ponto essencial quando falamos de diamantes é o impacto ambiental. Um levantamento do Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra que, nos últimos anos, a mineração de diamante e ouro desmatou 405 km2 na Amazônia Legal. Ou seja, não basta apenas realizar o mapeamento da jornada, é preciso que as empresas ajudem a devolver os recursos naturais que foram retirados pela indústria extrativa. E, mais uma vez, a Tiffany saiu na frente, anunciando a arrecadação de US$ 10 milhões em doações para a Wildlife Conservation Network (WCN), por meio de sua coleção Save The Wild.

Por fim, as iniciativas chegam até onde mais tem impacto: nas comunidades locais. No lado social, a Tiffany Brasil promoveu doações para o Fundo de Mulheres da BrazilFoundation, destinado a iniciativas que promovem o empoderamento de meninas de todo o Brasil. A marca também se juntou ao movimento Black Money, oferecendo workshops gratuitos para levar conhecimento e aproximação de empreendedores negros ao mercado de luxo, e tem, anualmente, chairities em parceria com diversas instituições nacionais, entre elas o Projeto Luz.

*Matéria originalmente publicada na edição #257 da revista TOPVIEW. 

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