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Fumaça nociva: os mitos e verdades sobre os cigarros eletrônicos

Enquanto a indústria tabagista aposta em cigarros eletrônicos e vaporizadores para recuperar mercado, médicos alertam: esses dispositivos podem ser mais nocivos do que parecem

Cigarros eletrônicos e vaporizadores diminuem em até 95% a absorção de substâncias tóxicas quando comparados ao cigarro comum, por não gerarem combustão. O dado é do Annual Review of Public Health e, isolado, pode animar tabagistas interessados em diminuir a exposição aos males do fumo. Mas a questão é mais complexa.

Enquanto o número de fumantes cai em todo o mundo – no Brasil, da década de 1980 para cá, os índices passaram de 25% para 10% da população, segundo o Institute for Health Metrics and Evaluation –, órgãos reguladores temem que a curiosidade em torno desses dispositivos atraia crianças e adolescentes.

A venda de cigarros eletrônicos e vaporizadores ainda é proibida no Brasil e, nos Estados Unidos, onde os dispositivos são comercializados legalmente com muito sucesso, órgãos como o FDA (Food and Drug Administration) já começam a lançar iniciativas de contenção, como o recente Plano de Prevenção do Tabaco na Juventude e a proibição para menores de 18 anos.

O médico Irinei Melek, coordenador de Clínica Médica e Pneumologia do Hospital Angelina Caron e presidente da Associação Paranaense de Pneumologia, acredita haver uma falsa impressão de que esses produtos são benéficos: “Há várias formas de e-cigarros com uso da nicotina e diversas substâncias cancerígenas, como glicerina, propilenoglicol, flavorizantes e metais pesados”, explica.

Ele alerta também para a falta de evidências de que os dispositivos possam levar usuários a abandonarem o vício. Rui Bocchino Macedo, clínico-geral da Paraná Clínicas, também se preocupa com a desinformação sobre o produto. “As propagandas antifumo ainda não englobam o cigarro eletrônico, o que pode passar a falsa impressão de que é um mecanismo seguro.”

*Matéria publicada originalmente por Bianca Smolarek na edição 213 da revista TOPVIEW. 

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