SELF

A arte de tatuar

Com 7 anos de carreira, Rafew conta à TOPVIEW como iniciou no mundo da tatuagem

Rafael Oliveira, conhecido no mundo da tattoo como Rafew, é tatuador há 7 anos e já é especialista em lettering. Em entrevista à TOPVIEW, ele conta como se apaixonou por essa profissão e qual é seu maior sonho dentro da carreira.

Como você iniciou sua carreira de tatuador?

Em 2014, eu estava completamente frustrado com a área na qual trabalhava. Sentia que tinha muito mais a oferecer – tanto para mim quanto para o mundo. Desde que me conheço, sempre
desenhei, sempre tive um olhar diferenciado em relação à arte, e foi durante conversas com amigos desabafando essa frustração que um dia escutei: “você deveria ser tatuador, já tem até o estilo”.
Logo comprei minha primeira máquina, treinei um pouco e já vieram dois amigos me pedir tatuagens, dizendo “confiamos em você.” Fiz as tattoos e senti: ‘é isso.’ Em 3 meses, fui demitido de onde trabalhava. Me assustei um pouco, mas pensei: “agora vou fazer o impossível para dar certo na tattoo.” E assim estou até hoje.

Como você define seu estilo enquanto tatuador?

Hoje em dia, 80% dos meus trabalhos são letras, então podemos dizer que sou um customizador de letras. Trabalho com caligrafia clássica e trabalhos mais desenvolvidos, como o custom lettering e a cultura chicana. Também tenho pintado muitas telas… está virando um novo vício e quero levar isso adiante.

Quando surgiu seu interesse por lettering?

Logo que comecei a tatuar fazia de tudo um pouco,  e aí comecei a me interessar pelo estilo blackwork. Até que um dia vi um trabalho em blackwork com umas letras junto achei demais, e comecei a procurar por letras chicanas. Como na adolescência eu fazia trowup (graffiti mais simples) e pixava, já tinha um pé nas letras. Eu tentava fazer algumas letras voltadas para tattoo mas não saiam como imaginava, foi aí que surgiu um workshop aqui em Curitiba. Não pensei duas vezes e fiz – foi aí que entendi a base de tudo. Tudo mudou. Comecei a gostar dos resultados dos meus estudos e bateu a paixão. Letras, letras e mais letras todos os dias. 

Qual o seu maior sonho dentro da sua profissão?

Meu sonho é o reconhecimento. Não muito por outros tatuadores, mas sim, pelos meus clientes e futuros clientes. É muito legal quando chega um cliente vindo de uma indicação, porque escutou elogios. Eles dizem: “confio no seu trabalho, pode fazer o que achar melhor.” Já estou vivendo um pouco disso e espero que cada vez mais isso venha à tona.

O que você diria para quem condena tatuagem?

Tenha respeito. É com essa profissão que eu e muitos outros sustentamos nossas famílias, criamos nossos filhos, pagamos nossas contas e podemos lutar por um mundo melhor por meio da arte. Converse um dia com um tatuador de verdade e você vai se surpreender com nossa bagagem artística e social.

Onde você se vê daqui 10 anos?

Me vejo levando minha filha à exposições e explicando como a arte é importante. Quero estar tatuando com meus amigos, não tenho pretensão de montar uma loja só minha, acho isso triste. Quero estar sempre trocando informações, ideias e técnicas, e ver a tattoo de outros pontos de vista. Espero ser referência para outros tatuadores e não tatuadores também. Além da tattoo também pinto telas e paredes  – espero muito que até lá eu tenha muitos trabalho assim. Essa e uma nova paixão que estou desenvolvendo e espero que flua assim como a tatuagem. 

RAFEW TATTOO
@rafewtattoo

*Conteúdo originalmente publicado na edição #254 da revista TOPVIEW.


TVBC: TOPVIEW Branded Content é um conteúdo em formato editorial criado especialmente para o cliente.

Deixe um comentário