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PARA SER MAIS FELIZ: pais e filhos devem brincar mais

Além de assegurar a valorização de momentos cotidianos, a criança cuidada por meio do divertimento é mais feliz

Brincar na infância é mais do que carregar boas lembranças para a idade adulta. É também uma forma de trabalhar o desenvolvimento da criança e um momento de interação entre pais e filhos. As atividades cotidianas da criança demandam tempo e atenção dos pais e, muitas vezes, acabam se tornando, mais uma tarefa a ser concluída, uma obrigação.

É importante que os pais consigam perceber que essas situações possibilitam a troca de afeto e a construção dos elos familiares – além de momentos de diversão. “Muitos pais têm dupla jornada, ou seja, atividades dentro e fora de casa. E, muitas vezes, com a correria do dia a dia, acabam não percebendo que momentos singulares fazem muita diferença na vida de seus pequenos. Assim, a conexão diária, além de ser valorizada pelas crianças, é considerada um pilar fundamental para o desenvolvimento infantil. E o brincar é uma das formas para essa conexão”, explica a psicóloga Rita Calegari, da Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo.

As crianças tendem a emitir suas preferências e opiniões e podem ajudar em várias tarefas por meio de brincadeiras. Como exemplo, Rita cita a possibilidade de a criança se recusar a escovar os dentes porque deixará de fazer algo mais divertido naquele instante. “Nesse caso, os pais podem transformar essa tarefa em algo mais lúdico, para que o filho se sinta mais estimulado”, explica.

Brincar: o segredo da felicidade?

Outras ações podem ajudar na construção do vínculo entre pais e filhos. Entre elas, a psicóloga destaca a leitura de histórias; os jogos de tabuleiro, a coleção  de figurinhas, um hobby qualquer que pode facilitar a conversa. “Uma outra boa dica é o quebra-cabeça porque funciona com crianças muito pequenas e também com os mais velhos”, ressalta a psicóloga.

Segundo ela, atividades fora de casa também são importantes, como bola, bicicleta, skate, pião, corda ou até mesmo um tempo no parquinho, por exemplo. “Empurrar o balanço, acompanhar a subida na gaiola gínica, conhecida como trepa-trepa, ou simplesmente observar a natureza são alguns dos exemplos do que pode ser feito no tempo ao ar livre com as crianças”. Também há a opção de jogar adivinhações – uma brincadeira rápida que pode ser feita em qualquer lugar, como na hora da refeição ou na sala de espera do médico, por exemplo.

A psicóloga explica que brincar com os filhos é importante para a saúde física e mental dos adultos também. “Ao brincar com nossos filhos ou outras crianças, resgatamos parte da nossa história e da criança que fomos um dia.” Desta forma, outro ponto que a especialista cita como uma maneira de aproximação com os pequenos é pela alimentação. Segundo ela, o ato de cozinhar e de se alimentar estabelece oportunidades de diálogo e de exploração – desde a textura, sabor, a cor e a aparência do alimento até o resultado final, de compartilhar a mesa.

A psicóloga ainda reforça a relevância de deixar os tablets e celulares de lado e valorizar cada momento do cotidiano entre pais e filhos. Rita afirma que a criança cuidada por meio da brincadeira e do lazer é mais feliz, pois acaba descobrindo que a felicidade não é um destino, mas, sim, um caminho.

*Matéria escrita por Tathiana Barbar e originalmente publicada na edição 229 da revista TOPVIEW.

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