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De 0 a 10: que nota você daria para a alimentação do seu filho?

Com planejamento e criatividade, é possível conciliar uma alimentação saudável com momentos lúdicos; confira dicas

Cuidar da alimentação das crianças não é tarefa fácil! Além da logística para preparar e ter sempre alimentos frescos, ainda é preciso contar com a colaboração do paladar dos pequenos. E, claro, nós também precisamos dar o exemplo na hora de comer.

Aqui em casa, por exemplo, diminuímos muito o consumo de refrigerante desde que nossos filhos nasceram e até evitamos tomar na frente deles, já que nunca oferecemos a eles. Um dia, meu marido estava com o copo meio escondido no jantar e a nossa pequena, de 4 anos, perguntou: “O que é isso, papai? Coca?”. Ele tentou disfarçar falando que não tinha visto e colocou sem querer. Ela, sem pensar muito, já respondeu: “Não tem problema, a pia está ali, pode jogar fora”.

Para Veridiane Sirota, nutricionista especialista em Saúde da Família, está havendo um resgate da alimentação saudável nas famílias: “Inclusive, muitas crianças já sabem distinguir quais alimentos devem consumir com frequência e quais devem ser ocasionais”.

E, dentro desse processo, o lúdico pode ser um bom aliado. “Recomenda-se que a alimentação seja descontraída e podemos fazer isso de várias maneiras, como contar histórias sobre aquele alimento, fazer brincadeiras de colocar a pontinha do dedo e lamber, realizar atividades culinárias que vão desde escolher os alimentos na feira à manipulação para lavar, picar e servir. A estratégia chave é envolver a criança na alimentação, se possível em todo o processo, não somente quando recebe um pratinho pronto.” Segundo ela, as práticas sensoriais e culinárias exercem um grandioso efeito positivo na aceitação. “Também é de extrema importância que a criança tenha autonomia, que se sirva e coma sozinha, que tenha espaço para explorar os alimentos.” 

Planejamento é tudo!

Agora, como se organizar para fornecer uma alimentação saudável com a correria do dia a dia? Segundo Veridiane, o grande segredo é o planejamento: “Sem ele, vamos para as opções fáceis. É necessário instituir um momento de 1 a 2 horas para elaborar o lanche da semana, caso queira deixar opções congeladas. Ainda é válido ter em casa opções industrializadas saudáveis, como biscoito de arroz, barrinha de frutas, água de coco, etc.”

E se a criança não gosta de quase nada? “É preciso que o adulto seja compreensivo, buscando entender os reais motivos pela recusa. Será a aparência? O tempero? A apresentação? O aroma? A textura? Tendo isso, pode-se estabelecer combinados com a criança.” Outra dica é tentar diferentes preparações, por exemplo, a cenoura que pode ser colocada em um suco, no bolo, purê, molho, servida crua ou cozida. “Assim, estamos oportunizando que a criança conheça esse alimento de outras formas. Caso ela goste da cenoura no suco com frutas, podemos fazer uma ponte de associação. A criança precisa reconhecer os ingredientes que estão ali, caso contrário, nem ela mesma vai saber que já gosta deles”, explica a nutricionista.

O Prato de 5 Cores

Livros para ajudar a incentivar uma alimentação saudável. (Foto: Divulgação.)

Para quem quer incentivar a alimentação saudável, uma dica são os livros infantis escritos pelo médico Tiago Alencar, com ilustrações de Daphne Lambros. O Prato de Cinco Cores estimula as crianças a tentarem fazer pratos com cinco cores e, dessa forma, incorporar verduras e legumes. Já O Menino que não Experimentava é o personagem do segundo livro: com coragem, ele começa a provar alimentos novos e descobre tesouros… e o terceiro, As Aventuras da Dona Berinjela, faz uma viagem ao mundo, estimulando novas experiências gastronômicas.

Tiago ainda brinca com algumas regras que ele criou, com base no seu nome:

T: Textura – tentar diferentes texturas e formas dos alimentos.

I: Infância – apresentar grande diversidade de alimentos o mais cedo possível dentro do recomendado pelo pediatra para gerar memória gustativa. Lembrar que nossa apreciação muda com a idade e tentar em diferentes idades alimentos novos.

A: Apresentação – tornar o prato bonito e atraente. Montar coisas diferentes e divertidas com os alimentos. Por exemplo: uma carinha em que os tomatinhos cereja sejam os olhos, o macarrão o cabelo, uma batatinha o nariz e uma fatia de cenoura a boca.

G: Games – transformar a refeição em conquistas. Cada cor vale um ponto, cada alimento novo vale 3, os desafiadores valem 5…

O: Objetos – objetos de apoio para o estímulo, como brinquedos em forma de comida e livros.

Brincando de comer

No seu perfil do Instagram, @seliganamae, Ana Kishino compartilha os lanches divertidos que faz para os filhos. “O Felipe sempre foi uma criança difícil para comer frutas, legumes e verduras. Quando ele entrou no colégio, aos 3 anos, me vi de cabelo em pé… não sabia o que mandar de lanche, porque todo dia precisava ter uma fruta. Então, comecei a inventar, desenhando nas bananas, por exemplo. A forma lúdica foi a melhor maneira que encontrei de oferecer novos alimentos, sem forçar nem brigar”, conta.

A Ana compartilhou com a gente esse lanchinho divertido, um ursinho dormindo na caminha de pão.

Tornar a refeição lúdica também é uma maneira de introduzir novos alimentos. (Foto: Divulgação.)

Ingredientes:
– pão integral
– creme de avelã
– banana
– manga
– chocolate ao leite em gotas

Passe o creme de avelã na fatia do pão, deixando dois dedos sem nada, para dar a impressão de cobertor. Coloque uma fatia de banana para fazer o rostinho, sendo os olhinhos e nariz com um pingo do creme e a orelha, com chocolate ao leite em gotas. Corte quatro pedacinhos de banana para fazer as mãozinhas e pezinhos. E, para utilizar o resto da banana, pique e coloque na parte inferior. O sol foi feito de manga.

Dica da Semana
O Tropical Banana lançou os Tubinhos: sucos congelados que lembram os geladinhos, mas bem saudáveis. São quatro sabores: Bugio (laranja, morango e banana); Mico Leão Dourado (melancia e xarope de guaraná), Beija-Flor (abacaxi, limão, hortelã e gengibre) e Jararaca (açaí, banana e laranja).

 

Sobre a autora
Eu sou a Danielle Sommer, jornalista, autora de livros infantis e mãe do David, 6 anos, e da Amanda, 4 anos. Aqui vamos conversar um pouquinho sobre esse universo corrido e apaixonante que entramos quando somos promovidos a mães e pais! Ah! O conteúdo é liberado também para avós, tios, dindos e quem mais quiser trocar dicas conosco. Aqui você vai ler roteiros, desabafos e entrevistas. Quer falar comigo? [email protected]Aproveite para curtir no Facebook e no Instagram @mamaeeuquerocuritiba.

 

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