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Surfe em alta velocidade: conheça a tendência que promete pegar neste verão

Com prancha motorizada, o Jet Surf chega ao Brasil e promete ser a nova sensação do verão

Não estranhe se neste verão você se deparar, pelas praias do país, com pessoas surfando com uma prancha motorizada. Essa nova mistura de hobby e esporte é o Jet Surf, que alcança até 60 km/h, impulsionado por um motor a gasolina de dois tempos de 100 cilindradas – existe ainda uma versão menos potente, de 86 cilindradas.

A prancha tem 180 cm de comprimento, 60 cm de largura e 15 cm de espessura, pesa 15 kg, é feita por uma mistura de fibra de carbono e kevlar, um polímero sintético de alta resistência. Os comandos de aceleração são enviados por um controle eletrônico que fica na mão do jet surfista durante a prática do esporte. O tanque de combustível, com capacidade para quase três litros, proporciona uma autonomia de 1h30 de pilotagem. No entanto, toda essa tecnologia tem um preço alto: R$ 40 mil para o modelo de 86 cilindradas e R$ 45 mil para o de 100 cilindradas.

O equipamento é criação do tcheco Martin Sula, engenheiro que usou de sua experiência na Moto GP e na Fórmula 1 para desenvolvê-lo. Após criar alguns protótipos, Sula chegou ao modelo atual de prancha pensando não apenas no produto em si, mas em um esporte para ser disputado nos moldes da categoria do automobilismo. Três mundiais já foram disputados: em 2011, 2012 e 2013. O último marcou a estreia de um paranaense, o empresário e consultor curitibano Antonio Carlos Julio Jr..

No Brasil, a modalidade desembarcou em março de 2012 por meio da dupla de empresários de Brasília Augusto Hughes e Luciano Raposo. Quem primeiro descobriu o Jet Surf foi Raposo, durante uma viagem para Dubai. Após saber da novidade, Hughes – um amante de esportes a motor que foi piloto de Kart, Fórmula Ford, Fórmula Chevrolet e Fórmula 3 Sul-Americana – decidiu visitar a fábrica na cidade de Brno, na República Tcheca. Após várias reuniões a dupla se tornou distribuidora oficial e exclusiva na América do Sul. “Sabíamos do imenso potencial que era o Brasil por ter muita água, não apenas um litoral de 7 mil quilômetros, mas também vários rios, lagos, represas”, explica Hughes. Eles também são os responsáveis pelo primeiro campeonato brasileiro do esporte, que será disputado em janeiro com etapas em Fortaleza, Salvador e em Recife, onde será a final.

Pelo preço alto, o Jet Surf tem atraído o interesse de empresários e profissionais bem-sucedidos que gostam de esportes ao ar livre e velocidade, explica Julio Jr., que também foi o primeiro a trazer a prancha ao Paraná e se tornou representante da empresa. O esporte pode ser praticado em qualquer local que tenha água, mas Julio Jr. recomenda que os iniciantes comecem a prática em águas calmas, já que no mar, as ondas e a água mais movimentada exigem mais força de pernas, quadril e abdômen.

Uma das vantagens do esporte, segundo Hughes, é a mobilidade, pois é possível carregar a prancha com facilidade para qualquer lugar. Ela pode ser despachada no avião como uma bagagem qualquer, cabe dentro do carro sem precisar de carretinha e pode ser carregada na mochila que a acompanha.

PIONEIRO PARANAENSE

Julio Jr. (à direita) ao lado de Martin Sula, criador do esporte, durante o mundial da categoria.
Julio Jr. (à direita) ao lado de Martin Sula, criador do esporte, durante o mundial da categoria.

Em maio de 2013, ele trouxe a primeira prancha ao Paraná. Em agosto estava em Brno, na República Tcheca, sendo o primeiro paranaense a participar do Campeonato Mundial de Jet Surf. Antonio Carlos Julio Jr. descobriu o esporte na internet e procurou saber mais sobre a novidade. Foi até Brasília, comprou a prancha e começou a praticar, primeiro na represa de Voçoroca e depois no mar, na praia Brava de Caiobá, onde a quebra das ondas exigia mais esforço físico. “Fiz um treino específico de pernas e abdominais na academia para ficar com mais resistência”, diz Julio Jr.. Ele conta ainda que a evolução no esporte foi rápida, considerando que só teve uma prancha de surfe – e mais remava do que manobrava no mar. A chance de participar do Mundial surgiu e ele terminou em 25º lugar. “Preciso de bastante prática e desenvolver algumas técnicas para chegar a uma final”, analisa. Diz ainda que o esporte tem muito a crescer no país, tanto para quem quer se divertir quanto para quem quer competir. “Aposto que o Brasil vai ser um celeiro de jet surfistas”, finaliza.

*Matéria escrita por Daniel Batisttella e publicada originalmente na edição 158 da revista TOPVIEW.

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