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Enxaqueca crônica: gatilho na quarentena e adesão ao tratamento

A complexidade do tratamento é pelo fato de a enxaqueca crônica ainda não ter uma causa definida e se apresentar com diversos sintomas associados à dor

Viver constantemente com dor não é normal, embora seja comum para mais de 30 milhões de pessoas que lidam com a enxaqueca, apenas no Brasil, de acordo com a OMS. Trata-se de uma condição que ainda soma outros sintomas, tão incapacitantes quanto a dor, e que quando atinge os indivíduos de forma crônica necessita de um complexo de tratamentos que costumam geram resistência na maioria dos pacientes.
 
Segundo a neurologista Sara Casagrande (CRM-SP 155592), um dos principais desafios  junto ao paciente com enxaqueca crônica é o seu entendimento sobre a impossibilidade de cura da doença e que por isso ela requer um conjunto de terapias que devem ser seguidas de forma ininterrupta, por toda a vida.

“A ideia de que o problema não poderá ser resolvido de uma única vez e que o tratamento atua na contenção dos sintomas faz com que muitos desistam no meio do caminho, privando-se de uma importante melhora da qualidade de vida” comenta a médica.

A complexidade do tratamento é pelo fato de a enxaqueca crônica ainda não ter uma causa definida e se apresentar com diversos sintomas associados à dor, sob diferentes formas em cada paciente, tornando a sua condução variável e com necessidade de acompanhamento por profissionais especialistas na doença.

Diagnóstico deve contemplar histórico do paciente
De acordo com Dra. Sara, a primeira condição para que o tratamento da doença seja efetivo é o correto diagnóstico, que se dá não apenas no que tange à  dor, mas às características e outras disfunções associadas a ela, que são:

  • 15 dias ou mais de dor por mês durante 3 meses, não necessariamente contínuos, mas dentro de um prazo de doze meses, sendo que pelo menos 8 dias preencheram os sintomas de enxaqueca².
  • Características da dor – unilateral, latejante, moderada ou severa e que se agrava com atividade física.
  • Sintomas associados – náusea ou vômitos, fotofobia e fonofobia. 

Tratamento multidisciplinar na contenção da enxaqueca crônica 
 Considerando a diversidade de fatores para as crises de dor e como eles se desenvolvem de forma diferente em cada indivíduo, o tratamento da enxaqueca deve contemplar terapias que se complementem para a cobertura mais completa possível do paciente, devendo partir de uma profunda investigação pelo médico de base da doença, que é o neurologista, com possíveis desmembramentos para outros profissionais como da área da saúde mental, nutrição, entre outros.
   
 Ouça o podcast “Papo Cabeça” com a neurologista Dra. Sara Casagrande clicando aqui.  

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