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Diversidade do Oscar: quem são os vencedores e indicados em 2022

A vitória de ‘Melhor Filme’ por No Ritmo do Coração na 94º cerimônia do Oscar nos deu uma cena nunca vista antes: um Dolby Theatre cheio de celebridades agitando as mãos e sinalizando aplausos na língua de sinais americana e um par de intérpretes de ASL (American Sign Language) — no palco, traduzindo os discursos dos produtores para o público, e outro logo abaixo da plataforma, para os membros do elenco do filme. 

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O primeiro filme sobre personagens surdos a receber ampla distribuição também tornou-se o único a ter um prêmio de Oscar como este. Além do prêmio de roteiro adaptado para Sian Heder, CODA — ou No Ritmo do Coraçãodeu o prêmio de melhor ator coadjuvante para Troy Kotsur. O ator e a estrela Marlee Matlin foram os primeiros artistas surdos a ganharam um Oscar — a atriz levou o prêmio em 1986. 

Em seu pronunciamento, Kotsur disse: “Isso é dedicado à nossa comunidade surda, comunidade CODA , comunidade com deficiência. Este é o nosso momento”.

Por ser pequena, a diversidade no Oscar é assinalada a fim de mostrar a importância da representatividade no prêmio. Antes de assumir o papel de Rita em ‘West Side Story’ a atriz negra e LGBTQIA+, Ariana DeBose, disse: “Não sei se há espaço para minha interpretação, porque eu teria que interpretá-la como uma mulher negra”, disse. Porém, DeBose fez história e se tornou a primeira vencedora afro-latina do Oscar.

“Você vê uma mulher abertamente queer de cor afro-latina que encontrou sua força na vida através da arte, e é isso que acredito que estamos aqui para celebrar”, disse DeBose ontem (27) no palco da premiação. 

 
 
 
 
 
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Além da atriz com raízes porto-riquenhas, a produtora Yvett Merino, de Encanto, tornou-se o primeira descendente latina a ganhar um Oscar com a vitória do filme de animação. “Estou muito orgulhosa de fazer parte de um filme que coloca belos e diversos personagens na frente e no centro”, disse. 

A diretora Jane Campion também marcou o Oscar 2022 e venceu o prêmio de ‘Melhor Diretora’ por ‘Ataque dos Cães’. Hoje ela é a terceira mulher a conquista a categoria, após o prêmio de Chloé Zhao por ‘Nomadland’ no ano passado. 

A primeira indicação de Jane Campion como melhor diretora foi em 1993, pelo filme “O Piano”.

A representatividade muçulmana foi levada por Riz Ahmed ao ser o primeiro muçulmano indicado na categoria de ‘Melhor Ator’. No Oscar, Ahmed ficou com o prêmio de ‘Melhor curta-metragem’ por ‘The Long Goodbye’.

 
 
 
 
 
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Will Smith foi o melhor ator da noite pela atuação em ‘King Richard: Criando Campeãs’. O primeiro Oscar de Smith foi acompanhado da comemoração do 5º homem negro a receber a estatueta na categoria. 

A atriz Halle Bailey também foi relembrada durante a cerimônia e as entrevistas do Oscar por assumir o papel da princesa Ariel na versão live-action de ‘A Pequena Sereia’. 

Will Smith, Jada Smith, Jaden Smith, Willow SMith e Trey Smith. (Foto: Divulgação)

Na representatividade LGBTQIA+, duas mulheres queer receberam indicações de atuação este ano, com suas primeiras indicações: a já mencionada DeBose e Kristen Stewart para melhor atriz principal em ‘Spencer’. O documentário ‘Flee’, que apresenta uma história de refugiados queer, que ganhou três indicações. 

Em 2020, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou novos padrões de representação e inclusão para elegibilidade ao Oscar na categoria de melhor filme, como parte de sua iniciativa Academy Aperture 2025.

Para alguns, entretanto, a mudança ainda é um pouco lenta. Desde então, o prêmio diversificou ainda mais suas novas classes de membros: atualmente temos 46% de mulheres e 39% comunidades étnicas/raciais sub-representadas.

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