SELF

Diga-me quem segues e lhe direi quem és!

Confira a crônica editorial publicada na edição 245 da revista

Quem nunca, ainda criança, escutou dos pais a seguinte frase: “Diga-me com quem andas e lhe direi quem és”? O ditado popular tem um significado simples, coerente e totalmente aplicável. A preocupação dos nossos pais ao trazer essa frase não era em vão, afinal, nossas amizades influenciam nossos comportamentos, modificam nossos hábitos, fazem-nos frequentar lugares novos e diferentes, usar novas palavras e expressões, pensar de novas maneiras, influenciam nossas opiniões e até nosso jeito de se vestir e pentear os cabelos. Contudo, em tempos de redes sociais, como as influências digitais afetam nosso comportamento?

Figuras públicas, como artistas, governantes e escritores, sempre foram responsáveis por influenciar. Seja para ditar tendências de moda e comportamento ou até mesmo influenciar pensamentos e opiniões por meio de suas críticas abertas e públicas. Na era das redes sociais, isso se aplica também aos
influenciadores digitais – e, mesmo que nem todos cheguem a ser famosos, ainda têm um nicho de público que os acompanham e é influenciado de várias maneiras.

Acontece que, com o acesso facilitado a qualquer tipo de informação – ou desinformação –, não é tão fácil assim tornar-se um influenciador digital e, por consequência, influenciar os seguidores. Se há cinco anos ter milhões de seguidores era sinônimo de influência, em 2021, as coisas não são bem assim. Os microinfluenciadores – influenciadores digitais que têm entre 10 mil e 100 mil seguidores – normalmente têm taxas de engajamento maiores do que as dos megainfluenciadores. Isso porque influenciar está cada vez mais difícil. O público quer consistência, verdade e personalidade.

“Se há cinco anos ter milhões de seguidores era sinônimo de influência, em 2021, as coisas não são bem assim.”

A linha tênue entre publicidade e opinião é o grande “calcanhar de Aquiles” dos influenciadores. Quando o público já não consegue mais entender o que é opinião genuína ou opinião paga, o influenciador perde sua relevância e sua reputação. Por esse e tantos outros motivos, os digital influencers já deixaram para trás a era dos “seguimores” e se tornaram profissionais que desenham suas estratégias, trabalham diariamente disseminando conteúdo qualificado e são firmes em suas convicções.

Quem não segue essa cartilha acaba cancelado e perdendo lugar para novos influenciadores.

*Crônica editorial originalmente publicada na edição #245 da revista TOPVIEW.

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