SELF

Cozinhar para superar

A necessidade de ocupar a cozinha originada pela pandemia nos fez voltar para as nossas origens

Quantos prazeres e desprazeres encontramos em um ano que inúmeras vezes rotulamos como perdido? O que ainda estamos passando provoca uma revolução silenciosa e introspectiva na maioria de nós.

O confinamento, que nos obrigou a ficar dentro de casa e longe dos jantares com os amigos e a família, ressignificou experiências e trouxe descobertas – e, particularmente, foi um potencializador para o prazer de cozinhar.

De alguma maneira, a distância nos aproximou a nossas origens. Eu, por exemplo, consultei a minha mãe inúmeras vezes sobre receitas de pratos que ela fazia em minha infância.

Recentemente, li sobre um levantamento feito pela empresa inglesa de pesquisa de mercado GlobalWebIndex com dezessete países. Essa pesquisa mostrou que um terço dos brasileiros passou a cozinhar desde o início da quarentena… e sabe o que é melhor? Comida de verdade! Passamos a nos alimentar melhor.

Porém, enquanto alguns – como eu – passaram a se dedicar e a aprimorar receitas, outros passaram a utilizar esse dom para criar experiências e alimentar amigos e conhecidos – e até mesmo ganhar dinheiro com isso. Um bom exemplo é a minha amiga Kelly Friedrich, que criou o Petit Bistrot com o objetivo de produzir jantares intimistas em uma experiência onde você quiser e para quem você quiser. E assim, mais uma vez, vemos a importância e a necessidade de estarmos ligados às nossas origens. 2020 está testando a nossa resiliência e nos fazendo aprender a valorizar os detalhes e a nos superar dia após dia. E o melhor? Estamos conseguindo!

*Coluna originalmente publicada na edição #242 da revista TOPVIEW.

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