Tem um recrutador olhando seu perfil no Facebook agora — e um candidato também!
Todos sabemos que o LinkedIn é a rede social mais utilizada pelos recrutadores para buscar e verificar candidatos para suas vagas em aberto. Essa rede que foi adquirida pela Microsoft em 2016, hoje possui mais de 600 milhões de usuários em todo o mundo e é amplamente usada por empresas e consultorias de recrutamento.
Mas e quando o recrutador não encontra o candidato no LinkedIn? Ou quando a empresa quer entender melhor como você pensa e que tipo de vida leva? Neste quesito reside uma grande e polêmica discussão.
Teriam direito os recrutadores a verificar o perfil dos candidatos em redes sociais com informações pessoais? A discussão passa pelo tema do viés pessoal, pela discriminação e pela ideia de que “o que eu faço fora do trabalho não é de interesse da empresa.” Porém, não é exatamente assim que muitos recrutadores pensam.
Se a prática é certa ou errada é uma questão complexa, mas como todos nós (ou a grande maioria) possui atividade em pelo menos uma rede social (Twitter, Instagram, Facebook, TikTok, etc) e essas informações são públicas, certamente serão visualizadas. Por isso, é importante você saber que ela já aconteceu ou vai acontecer com você.
Em recente pesquisa (2018) realizada pelo site CareerBuilder, cerca de 70% dos empregadores checam as redes sociais dos possíveis empregados.
A busca tem as seguintes intenções:
- verificar o comportamento social;
- entender as opiniões de outras pessoas sobre esses candidatos;
- saber quais conteúdos são compartilhados;
- saber como essas pessoas projetam sua imagem pessoal em público.
Tais Targa, especialista em recolocação e LinkedIn Top Voice, cita que quando contratamos um profissional queremos conhecê-lo em sua integralidade, assim as redes sociais podem ser um apoio. Comenta ainda que nunca viu ninguém ser contratado somente pelas redes sociais, é uma avaliação que deve acontecer em conjunto com entrevista, testes técnicos e outras dinâmicas, e completa: “O comportamento nas redes pode sim indicar como essa pessoa vê a vida e resolve problemas”.
Em paralelo, Fabiana Zandroski, People Manager da fintech BCredi, acredita que o uso das redes sociais é super relevante nas seleções, mas as empresas precisam tomar cuidado para não se comportarem como “stalkers” quando procuram os candidatos nas redes sociais.
O oposto também é real, sites e empresas como o Glassdoor, Great Place to Work, hoje servem para que os candidatos saibam sobre a reputação das empresas e dos futuros gestores, também expostos em redes sociais profissionais e pessoais. Tenha sempre em mente que seu comportamento, agora escancarado publicamente nas redes sociais pode lhe ajudar ou atrapalhar quando participar de um processo seletivo como candidato ou como empregador.
Sobre o colunista
Diego Godoy é headhunter desde 2009, com passagens por empresas de serviço como PwC, Michael Page e Walt Disney Company. Formado em Administração de empresas pela PUCPR e com especialização em excelência de serviço pela Disney University. Fundou em 2018 a RecrutamentoFacil.com, empresa de recrutamento e seleção com foco em empresas de controle acionário familiar e startups. Atua ainda no projeto social Você Tech Aprender, que treina pessoas desempregadas nas profissões da nova economia.