SELF COMPORTAMENTO

Os donos da noite curitibana e suas dicas para empreender

Saiba quem são os donos de bares e restaurantes badalados da capital paranaense

Olhe em volta e você notará: nos últimos anos, a cena noturna de Curitiba cresceu muito. O padrão de consumo do curitibano mudou, ele tem saído mais à noite e não pode reclamar de falta de opção. E se isso aconteceu, em grande parte, se deve a quatro curitibanos que estão por trás de algumas das casas mais badaladas da cidade.

Veja também: Raphael Zanette, à frente de alguns dos melhores estabelecimentos gastronômicos de Curitiba, o melhor restauranteur pelo 2º Prêmio TOPVIEW Gastronomia

A TOPVIEW te mostra quem são os donos da noite curitibana

Gustavo Haas, dono do Taco el Pancho, Sheridan’s e Tacontainer

Há 23 anos no cenário noturno da capital paranaense, Gustavo comanda empreendimentos que estão no mesmo lugar há anos. Começou com um negócio pequeno e focado apenas em gastronomia mexicana – hoje, o Taco El Pancho. Sem muitas pretensões na época e com poucos recursos, Haas acredita que teve sorte, já que no início o custo para abrir e manter um negócio era muito mais baixo. “Foi tudo construído tijolo por tijolo e as pessoas se identificaram”, comenta o empreendedor. Ao perceber as demandas do público, detectou que somente a gastronomia não era suficiente. Por isso, incluiu a opção de drinques em seu cardápio.

Foto: Naideron Jr.
Foto: Naideron Jr.

De suas viagens internacionais, costuma trazer novas ideias. Foi numa delas que se apaixonou pela comida estadunidense e abriu o Peggy Sue, ao lado do mexicano Taco. Com o passar dos anos, decidiu fechar a casa e abrir, no mesmo local, outra dedica a uma cultura diferente: a irlandesa, com o Sheridan’s Irish Pub. Assim como seus outros negócios, também moldou o Sheridan’s conforme as demandas do público, adicionando uma variedade de cervejas especiais no cardápio e incluindo música ao vivo de segunda a sábado.

Como próximos passos, Haas está focado em aumentar o Tacontainer, que conta com duas unidades em Curitiba, na Mercadoteca e no Portão.

A dica de Gustavo: para se manter relevante na noite curitibana é preciso se reinventar e ser mais eficiente, mas sem ideias muito loucas. “Isso é um tiro no pé”, afirma.

Fabio Arasanz, dono do Cleriquot, +55 (sócio), WS Brazil e Shed

Aberto no início do ano na capital paranaense, o Cleriquot já caiu no gosto local. E não são só os drinques que conquistaram o público, mas o refinado cardápio de comidinhas também. Segundo Arasanz, a ideia sempre foi essa: boa comida, drinques e diversão. Para ele, uma das grandes dificuldades foi implantar no Cleriquot as experiências que conheceu em diversas casas, além de fazer o público entender o mix da casa. “Até hoje é um desafio de posicionamento que aos poucos vamos solucionando”, explica o empresário.

Arasanz acredita que público exigente em Curitiba é uma característica forte da noite local. “Ao mesmo tempo que não perdoam um deslize sequer, nos obrigam a buscar a excelência em tudo que fazemos”, diz. A casa, que ainda está dando seus primeiros passos, pretende valorizar as tardes dos finais de semana, reunindo amigos na varanda com uma boa bebida.

Além do Cleriquot, Arasanz está por trás de empreendimentos conhecidos dos curitibanos, como o restaurante Balada Mix, WS Brazil, Shed e Domino’s Pizza.

A dica de Fabio: fazer sempre o melhor que pode. Não existe segredo para agradar o curitibano. “As casas caem nas boas graças do público por diversas razões”, conta Arasanz.

Paulo Freitas, sócio-proprietário do +55

Presente há quatro anos na capital paranaense, o +55 já é o eleito de muito curitibano. Com muita música e bons drinques, o ambiente do bar é democrático e busca agradar os mais diversos públicos. Como não tem camarotes nem áreas VIPs, não privilegia determinados públicos.

Ao longo desse período, a casa cometeu erros e acertos – tudo para aprimorar os processos e o serviço. E sempre em ritmo acelerado. Segundo Freitas, não desacelerar é fundamental para que uma casa não seja muito afetada pela crise. “Vivemos em um setor extremamente competitivo, ansioso por novidades e, por isso mesmo, estamos sempre correndo. Acho que a crise bate mais forte em quem desacelera”, explica Freitas.

Para o futuro do +55, Freitas pretende consolidar a marca e trazer novidades, sempre buscando oferecer um produto de qualidade.

A dica de Paulo: muito trabalho! “Certezas de hoje não garantem o sucesso comercial de nenhum negócio amanhã. É sempre um desafio tentar entender nosso público e entregar o que ele busca”, conta Freitas.

Gustavo Griebeler, sócio-proprietário do Mustang Sally

O Mustang Sally tem forte presença na noite curitibana. Com três unidades em Curitiba (Batel, Mueller e Palladium) e uma em São Paulo, a casa nasceu de uma ideia dos amigos de infância Gustavo Griebeler e Gustavo Haas (Taco).

Mesmo buscando o crescimento de negócio o número de clientes caiu no último ano devido às dificuldades do cenário econômico brasileiro. Apesar disso, eles aproveitaram o momento de fragilidade para investir em novos pontos e abrir três unidades.A crise está sendo difícil, mas a gente está conseguindo dentro desse período ajeitar toda a nossa retaguarda, todos os nossos custos e a nossa base para poder crescer de forma sustentável. A gente vê a crise como um momento de dificuldade e de oportunidade”, explica.

Para o sócio do Mustang, a noite curitibana está cada vez menos segura. Por isso é fundamental que os estabelecimentos estejam preparados para receber os clientes com tranquilidade. Como? Oferecendo estacionamentos e facilidade de acesso. Por outro lado, o público local gosta de sair, independente das condições climáticas e, assim, sempre estão estimulando os bares e restaurantes locais.

Para comemorar os 14 anos em Curitiba, o Mustang prepara algumas novidades para os clientes. A casa está pensando em novos formatos de ambiente e pretende abrir novas unidades no Paraná e em São Paulo em breve.

A dica de Gustavo: com a cabeça no negócio 24 horas por dia, Griebeler acredita que trazer novidades é essencial para o sucesso da casa. Decoração, cardápio e atendimento são diferenciais importantes. “A base para um restaurante permanecer tanto tempo é focar no tripé atendimento, ambiente e produto”, garante Griebeler.

Deixe um comentário