SELF COMPORTAMENTO

Iniciativa pioneira traz graduação internacional para o Brasil

Novo modelo de ensino da PUCPR aposta em uma graduação internacional para formar profissionais preparados para os desafios do século 21

Bruno Beidacki formou-se recentemente na Kent State University. Um dos motivos de ter optado pela graduação em Jornalismo em uma universidade norte-americana foi a possibilidade de ter um conhecimento geral em várias áreas antes de se dedicar exclusivamente às disciplinas técnicas do curso que escolheu.

É assim que funciona a graduação no modelo de Liberal Arts, praticado nos Estados Unidos. Independentemente do curso escolhido, o estudante tem acesso a disciplinas nas áreas de exatas, comunicação e humanidades no início da formação. “Obviamente, ao longo dos semestres, a gente vai focando em um assunto e uma área, mas, no início, ter essa oportunidade de aprender sobre coisas completamente diferentes, torna os alunos mais preparados pro mercado atual”, conta Bruno.

A grande novidade é que essa formação passa a ser ofertada por uma universidade brasileira a partir de julho deste ano. Na busca pela graduação de excelência, a PUCPR rompeu fronteiras e trouxe o modelo norte-americano no programa American Academy, fruto de uma parceria com a Kent State University.

Os estudantes que optarem por essa formação ingressam na universidade a partir de um processo seletivo, porém, sem fazer vestibular. Nos dois primeiros anos de curso, terão aulas na PUCPR com professores americanos da Kent State sobre temas instigantes, como “Grandes livros desde 1700”, “Sete ideias que abalaram o universo” e “Gestão de conflitos”. Ao todo, são 22 disciplinas ministradas em inglês e que serão complementadas com atividades extracurriculares.

Concluída essa etapa, o estudante é certificado com o Associate of Sciences Degree e pode dar continuidade à sua formação em Curitiba – na PUCPR – ou nos Estados Unidos – na Kent State University. São mais de 300 opções de cursos.

“Estudar fora é um desejo encarado como quase impossível por muita gente. O American Academy vem justamente para mostrar que isso pode ser concretizado. Com o suporte da PUCPR, o estudante garante acesso à Kent State University para dar sequência aos estudos”, explica Paulo Mussi, diretor do American Academy.

Necessidade de mudança
A iniciativa pioneira é vista com bons olhos por educadores. “O modelo da formação mais técnica é muito antigo e os currículos das universidades caminharam sem reformas consistentes”, afirma a pedagoga Célia Bernadet Vieira. Para ela, o vestibular vocacionado também não ajuda o aluno a decidir com clareza o que ele deseja como profissão e, por isso, o índice de desistência de curso é tão alto. Dados revelados pelo Censo de Educação 2015, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), endossam essa questão: em 2014, 49% dos estudantes universitários abandonaram o curso para o qual foram admitidos.

Outra grande vantagem de uma formação menos técnica é colocar no mercado de trabalho profissionais com mais habilidades intelectuais e cognitivas. “Estudos mostram que 60% dos alunos egressos vão ocupar profissões que ainda não existem e aí eu acho que está a riqueza da nossa proposta: dar referências para que o nosso profissional tenha capacidade de aprendizado contínua e uma inserção no mercado de trabalho de um jeito diferente, com capacidade crítica e analítica”, comenta Mussi. Segundo ele, a iniciativa deve funcionar como um catalisador na PUCPR, um agente de mudança em busca de uma graduação – e de uma universidade – ainda mais completas e que atendam aos anseios dos futuros profissionais.

Informações básicas sobre o programa American Academy

  • Quando começa? 1ª turma em 23/07/2018 e 2ª turma em 25/02/2019.
  • Qual é o prazo de inscrição? 30/06/2018 para a 1ª turma e 1º/02/2019 para a 2ª turma.
  • Como é o processo seletivo? Segue o modelo norte-americano. As notas do ensino médio são transformadas em um índice. O candidato também precisa escrever uma carta, em tom pessoal, falando o que quer de seu futuro. Há também um teste de proficiência de inglês e a etapa final é uma entrevista. Não há vestibular.
  • Quanto custa*? R$ 4.200 a mensalidade. Caso o estudante queira terminar a graduação na Kent State University, a mensalidade é de US$ 1.200 (bolsa).
  • Para saber mais e se inscrever, clique.

 *Valor condicionado a reajuste anual.

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