Autoconhecimento em tempos difíceis
O quanto nos conhecemos? Freud usava a imagem do iceberg, cuja maior parte fi ca submersa, para explicar a consciência. Como no caso do iceberg, o homem também desconhece a maior parte de si mesmo. Uma oportunidade para ampliar o autoconhecimento é observar a forma como reagimos às adversidades. Alguns paralisam. Outros percebem a situação como desafi o e se preparam para qualquer cenário, bom ou ruim. São os resilientes.
As vicissitudes da vida deveriam nos instigar a refl exões mais profundas, pois quando as coisas vão bem não sentimos necessidade de parar e pensar. Para aproveitar as oportunidades no futuro, quais novas competências serão necessárias? Quem se debruça sobre questões importantes como essa tem postura estratégica e proativa. A velocidade das mudanças exige dos profissionais capacidade de adaptação e abertura para estar sempre aprendendo. Essa fl exibilidade mental propicia nossos conhecimentos, leva a mudanças de comportamento e ao desenvolvimento de novas ideias. Um círculo virtuoso.
Aprender sobre si mesmo é uma tarefa vitalícia. O “saber de dentro” é mais importante do que o saber adquirido e exige virtudes como humildade e coragem. Muitas coisas estão fora do nosso controle, mas uma boa parte não está e é nessas que devemos agir conscientemente. Não há esperança sem medo, nem medo sem esperança, disse o filósofo Baruch Spinoza (um dos grandes racionalistas do século XVII). Uma pessoa sem planos não espera nada! Os projetos e os sonhos dão sentido à vida.
É sinal de sabedoria, em situações de crise, gerenciar a própria carreira, sendo ao mesmo tempo timão e timoneiro do barco. Existe uma infinidade de coisas a serem desenvolvidas e aprimoradas em nosso país. Demanda é igual a oportunidade. Fiquemos atentos para não juntar nossa voz ao coro dos desesperançados. A vida é feita de fluxos e refluxos. Momentos críticos são ótimas chances para autoavaliações e até mudanças de rumo. Achar que “tudo é como deveria ser” pode aparentar ingenuidade ou até comodismo.
Não existe nada que possa garantir o sucesso. Por isso devemos definir claramente o plano A e o plano B buscando continuamente conhecimentos, desenvolvendo habilidades e fazendo mudanças positivas de comportamento. Ampliando a autoconsciência, melhoramos a autoimagem e, por conseguinte, a autoconfiança para olhar os problemas e nos concentrarmos na solução. O processo de coaching torna visível à pessoa o seu próprio universo. Conheça ao máximo a sua profissão, potencialize os seus talentos, reinvente-se sempre e esteja por inteiro nas suas escolhas.
*Matéria publicada originalmente na edição 197 da revista TOPVIEW.