VOLTA ÀS AULAS: Saiba lidar com quem é alvo do bullying
Fevereiro acabou de começar e, com ele, a volta às aulas. Porém, para quem costuma ser alvo de bullying, o retorno à escola acaba sendo preocupante.
Segundo relatório da Unicef, 150 milhões de adolescentes sofrem bullying nas escolas e cerca de 720 milhões de crianças em idade escolar vivem em países onde não estão totalmente protegidas por lei do castigo corporal.
Um dos grandes problemas das vítimas é a vergonha de contar aos pais e pedir ajuda. Entretanto, como saber se seu filho está sendo vítima de bullying?
Primeiramente, saiba o que é o bullying. Segundo a psicóloga Elaine Di Sarno, o problema envolve um comportamento agressivo, repetitivo, feito por alguém que exerce algum tipo de poder ou intimidação sobre outra pessoa do mesmo nível hierárquico.
O papel dos pais é fundamental, pois eles são os primeiros e mais importantes modelos que a criança toma para aprendizado das regras sociais.
“É importante lembrar que cada criança, desde cedo, começa a demonstrar seu temperamento e suas características de comportamento: umas mais tímidas, outras mais extrovertidas… E essas características serão moldadas ao longo do tempo, conforme o ambiente familiar e social”, completa Elaine.
Meu filho sofre bullying?
As vítimas de bullying, em geral, têm algum tipo de característica de fragilidade ou vulnerabilidade que as faz ser tornar alvo do intimidador. Pode ser algum aspecto físico ou psicológico.
“As vítimas do bullying têm vergonha de contar o que estão sofrendo. Cabe aos pais detectar as mudanças no comportamento da criança”, exemplifica Elaine.
Um aspecto particular do bullying, que tem se tornado muito preocupante e atinge mais especialmente os adolescentes, é o cyberbullying. Trata-se do bullying exercido através do uso da internet, de redes sociais ou de sistemas de comunicação de grupo, como o WhatsApp.
“Em situações extremas, nas quais uma pessoa tem uma situação íntima exposta publicamente a milhares de pessoas, as vítimas têm, infelizmente, chegado a cometer suicídio. As meninas costumam ser as principais vítimas”, completa.
Para abordar e tratar esse comportamento, tanto do agressor quanto da vítima são, a melhor opção é a psicoterápica.
“Para o intimidador, o trabalho envolve amenizar seu comportamento agressivo. Já para a vítima do bullying, a terapia ajuda a superar a dificuldade de se expressar e se defender. Em ambos os casos, a orientação ou terapia dos pais é indicada, uma vez que estes podem se sentir perdidos e não conseguirem lidar adequadamente com o problema”, finaliza Elaine.