O mundo mudou – e Gladys Mariotto respondeu

Resolver um problema pessoal e ainda transformá-lo em um modelo de negócios é algo de que poucas pessoas podem se orgulhar. A fundadora da Já Entendi – Educação Corporativa Para a Base da Pirâmide, Gladys Mariotto, é uma delas. Diagnosticada com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade), cursando a segunda graduação mais um mestrado e uma especialização ao mesmo tempo e, de quebra, ajudando o filho mais novo a se recuperar de um AVC, a paulistana radicada em Curitiba desenvolveu uma metodologia de aprendizado para dar conta de tudo. Deu tão certo que concluiu ter ali, em mãos, a solução para -a dificuldade de muita gente – 1 milhão e 200 mil pessoas no total, mais precisamente.

Autora de mais de 40 livros didáticos e videoaulas – bagagem que lhe rendeu um convite da UNICEF (Fundo das Nações Unidas Para Crianças) para apresentar seu trabalho em Cuba e, ainda, uma indicação ao Japan Prize de Inovação e Tecnologia de 2010 – Gladys e a Já Entendi têm como desafio, hoje, transformar o que se entende por educação. A criação de videoaulas (já são mais de 1,6 mil) que sejam mais dinâmicas e interativas para a base operacional de grandes empresas, como Natura e o grupo Pão de Açúcar, é o foco da startup, que aumentou o faturamento em 500% no primeiro ano, mais 200% no segundo, e continua ampliando o leque de clientes.

Gladys não sabe qual será o modelo que suplantará a educação formal, mas o diagnóstico já está claro. “O mundo mudou e a educação continua a mesma. O modelo regulatório do professor não funciona mais. A nova geração é intuitiva, curiosa e não tem medo de aprender”, diz a empresária, sempre em busca de novas maneiras de ensinar.

*Matéria escrita por Yuri Al’Hanati e publicada originalmente na edição 206 da revista TOPVIEW.