Nossa família faz escola
Você já parou para pensar no peso que existe na frase: precisamos preparar nossas crianças para os desafios do futuro? Há algo profundamente emotivo e urgentemente humano nessas palavras que toca em nossa responsabilidade coletiva. Quem produz o futuro, nós ou as crianças? A resposta reside em nossa interação, nas ações conjuntas e nas raízes que plantamos na família e na escola.
Por muitos anos, as escolas foram ambientes voltados exclusivamente para a educação das crianças, em que os professores e toda a equipe escolar lidavam com a instrução, exigindo o mínimo possível de participação da família. Em muitos casos, as famílias frequentavam as escolas apenas em datas específicas ou quando questões acadêmicas e comportamentais chegavam ao limiar dos muros da escola. No entanto, as últimas duas décadas trouxeram grandes demandas e reflexões. A escola deixou de ser um espaço somente para o desenvolvimento acadêmico e transformou-se em um campo de crescimento holístico, alinhando a educação com os valores, os sentimentos, as necessidades e os desafios únicos de nosso tempo.
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Os desafios deste século vão muito além das provas e exames. Vivemos em uma era de turbulência emocional, em que as tensões sociais, a insegurança econômica e as crises ambientais pesam profundamente em nossas almas. Nossas crianças são, ao mesmo tempo, a promessa de um novo começo e o reflexo de nossas próprias inquietações, esperanças e medos. Como podemos esperar que elas naveguem por este mar tempestuoso sem nossas mãos firmes a guiá-las?
A responsabilidade de preparar as futuras gerações vai além do ensino tradicional. É preciso ensinar as crianças a serem compassivas, críticas e verdadeiramente humanas, conectando coração e mente, família e escola. Essa abordagem diversa e dinâmica reflete nosso compromisso como bons ancestrais para com o futuro.
O espaço escolar também deve ser o espaço familiar. As famílias não devem apenas visitar a escola, mas retornar a ela, para aprenderem e desenvolverem-se juntamente com as crianças, inclusive em seus aspectos socioemocionais. Tendo em vista que as gerações passadas, muitas vezes, não aprenderam a gerir emoções, mas, sim a reprimi-las, esse envolvimento mútuo na escola serve como um campo de crescimento, tanto para crianças quanto para adultos. É uma oportunidade para reconstruir e fortalecer as conexões, para ensinar e aprender sobre empatia, comunicação, amor e respeito, em uma jornada conjunta de descoberta e crescimento.
O Colégio Amplação, em sua longa jornada de desenvolvimento integral, decide, em 2023, dar um passo além. No segundo semestre, será lançado um programa de aprendizagem socioemocional chamado “Nossa Família Faz Escola!”, em que famílias participarão de imersões socioemocionais e refletirão juntas por meio de métodos embasados na neurociência afetiva sobre esse desenvolvimento.
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O diferencial do programa está em unir abordagens baseadas em neurociência afetiva, não focando somente palestras e escuta passiva, como, também, proporcionar uma visão integral das emoções e do desenvolvimento.
A iniciativa é um marco significativo no compromisso contínuo do colégio com a conexão entre educação, emoção e família. Representa a concretização de uma visão que transcende o ensino tradicional, buscando envolver os corações e as mentes de todos os membros da comunidade escolar em uma jornada comum de crescimento e compreensão. É uma celebração da união, um convite para um novo começo, em que o aprendizado se torna uma experiência compartilhada e enriquecedora para todos.
*Matéria originalmente publicada na edição #278 da revista TOPVIEW.