Juliana Vosnika ampliou nosso olhar
A formação é de economista, mas a verdade é que o turismo sempre esteve próximo da carreira de Juliana Vosnika. E por que seria diferente, se promover o turismo passa, necessariamente, por um gerenciamento atento das finanças? A curitibana graduada na UFPR pôs sua especialização em Administração e Gestão Estratégica de Empresas Turísticas em uso já no governo Lerner, na captação para a Secretaria de Indústria e Comércio – bem na época em que o estado se industrializava de vez, com a vinda das montadoras. De lá para cá, comandou uma série de órgãos públicos e privados ligados ao turismo até chegar, em 2015, à presidência do Museu Oscar Niemeyer (MON), um dos xodós da cidade, que completou 15 anos em novembro e foi eleito pela BBC Culture como um dos dez museus mais espetaculares do mundo pela sua arquitetura, junto com o Guggenhein, na Espanha, e o Museu do Vaticano, na Itália.
À frente do maior museu da América Latina, Juliana diz que procura imprimir como marca pessoal de sua gestão uma maior atenção à captação de recursos, além da instauração de diversos programas para atrair a sociedade. Novos investidores, um programa de patronos, a contratação de um curador- -geral (Agnaldo Farias, que já esteve à frente da Bienal de São Paulo) e oficinas voltadas para crianças e idosos são algumas de suas realizações. Entre os feitos deste ano, destaca-se o prêmio Traveler’s Choice 2017, do site de viagens Trip Advisor, que escolheu o Museu do Olho como um dos cinco melhores museus da América do Sul, e a exposição Circonjecturas, do paranaense Rafael Silveira, que trouxe mais de 90 mil visitantes ao MON. Na contagem do fim do ano, a projeção é que o número de visitas aumente em comparação a 2016, que teve 300 mil visitantes. “Tanto a captação [de verba] quanto a atração do público é um trabalho de convencimento em que eu acredito”, conta. “Sempre fui muito ligada à arte desde a infância e sei que ela é fundamental, porque educa e transforma a visão de mundo das pessoas.”
*Matéria escrita por Yuri Al’Hanati e publicada originalmente na edição 206 da revista TOPVIEW.