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Hortufrúti do bem

Como hortas comunitárias ajudam a combater a insegurança alimentar em Curitiba

A má nutrição persiste em todas as suas formas ao redor do mundo, com as crianças pagando um preço alto: segundo a Unicef, em 2020, estima se que mais de 149 milhões de crianças menores de 5 anos sofriam de desnutrição crônica ou eram muito baixas para sua idade. A pandemia ainda fez com que o problema piorasse, diminuindo a renda das famílias e dificultando o acesso a alimentos de qualidade.

São nesses momentos que o público, o privado e o terceiro setor devem se unir para fazer um bem maior. E, em Curitiba, um dos grandes responsáveis por combater a insegurança alimentar foram as hortas comunitárias espalhadas pela cidade. Para entender mais sobre esse projeto, conversei com Felipe de Jesus, diretor de estratégias de segurança alimentar da Prefeitura de Curitiba. Confira a entrevista!

Quantas hortas urbanas existem na capital hoje?

Assistidas pela Prefeitura de Curitiba, são 114 hortas, divididas entre comunitárias, escolares e institucionais.

Um dos grandes problemas que vieram com a pandemia foi a fome. Como o projeto ajuda a garantir a segurança alimentar das famílias?

A agricultura urbana, os bancos de alimentos, a Mesa Solidária e as cozinhas solidárias são algumas das estratégias para enfrentar a insegurança alimentar. As hortas comunitárias têm também um papel importante no acesso a uma hortifrúti de qualidade, livre de agrotóxicos e com cultivo ecológico.

Além de disponibilizar o terreno, como a prefeitura ajuda no plantio e na manutenção das hortas?

A disponibilização das hortas pode vir tanto do setor privado quanto da Prefeitura. É feita uma concessão de uso da área que, normalmente, é vinculada a uma associação de moradores ou uma ONG. A Prefeitura faz toda a capacitação técnica, oferece os insumos no início da implementação e a capacitação permanente na Fazenda Urbana, que ensina a fazer os canteiros, a compostagem, a irrigação, entre outros.

Quais são os maiores desafios que vocês enfrentam?

O grande desafio é fazer com que o setor privado seja parceiro das hortas comunitárias, seja comprando produtos, oferecendo um terreno, com tecnologia… a gente costuma dizer que a comida do futuro é urbana, as cidades têm muita capacidade de aumentar a resiliência na questão do abastecimento alimentar.

*Matéria originalmente publicada na edição #260 da revista TOPVIEW.

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