Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?

A importância de falar sobre autoestima para crianças e adolescentes

18/05/2022

Os contos infantis já nos alertavam sobre a importância do tema “autoestima” na infância e na adolescência. Tanto quando elevada, como reduzida, ela pode gerar efeitos adversos na personalidade. A nossa autoestima está diretamente ligada às nossas emoções, pois a todo momento estamos fazendo juízo da nossa aparência. Se lidar com a nossa autoestima já é difícil na vida adulta, imagine na infância e na adolescência! Então, como conversar com nossos filhos sobre autoestima?

Primeiramente, é necessário entender que somos movidos constantemente por emoções, afinal, a própria palavra em latim (“emovere” — “mover para fora”) denota que nada fica aprisionado em nós — de alguma maneira, tudo será externado. Emoções com efeitos prolongados geram sentimentos, que geram pensamentos, o que, por sua vez, resultam em nossas ações. Mas, voltando aos contos infantis, quem nunca se sentiu como o Patinho Feio? Deslocado, rejeitado por não se assemelhar àqueles que estão à sua volta! Ou, talvez, vaidoso como Narciso, que deixou seu ego prejudicar sua vida e seu estado de saúde?

Antes de começarmos a falar com nossos filhos a respeito da autoestima, é importante falarmos sobre autoimagem. Mas qual a diferença entre esses dois conceitos?

Enquanto a autoestima está relacionada ao sentimento que temos por nós mesmos, a autoimagem revela quem nós somos. Ensinar e ajudar uma criança ou adolescente a descobrir “quem ela é” é fundamental. Pois, dessa maneira, ela entenderá que, mesmo nos dias de Patinho Feio ou Narciso, sua essência não a fará se perder em meio a emoções enganosas. Nossas emoções são reais, mas nem sempre representam a realidade. Da mesma forma, a autoestima e seus padrões são vendidos na atualidade com corpos e faces simetricamente perfeitos e modelados pelos famosos filtros.

Vende-se na atualidade uma realidade estética como real, quando muitas vezes são irreais. Dessa maneira, é imprescindível falar sobre autoimagem para os mais novos, evitando, assim, um final como o de Narciso, que foi sucumbido por conta da própria beleza. É necessário fazer a criança enxergar suas características para além do “conto de fadas” comercializado na vida real.