SELF COMPORTAMENTO

Comportamento infantil agressivo: como prevenir e evitar?

O psiquiatra e psicanalista Mario Louzã compartilha algumas dicas básicas para evitar que os filhos virem agressores dos pais

A pergunta acima provavelmente predomina no imaginário de 10 entre cada 10 pais. Afinal, o comportamento infantil agressivo é um tema bem atual na relação entre pais e filhos. O que sabemos desde sempre é que a criança nasce sem noção de limites e, com a educação que recebe dos pais, passa a estabelecer (ou não) regras e limites claros como forma de transmitir também valores para o convívio social.

Esse aprendizado precisa começar logo cedo (nos primeiros meses de vida) e, claro, deve vir pelo exemplo dos pais. Se forem excessivamente indulgentes e permissivos, terão dificuldade para colocar limites nos filhos, favorecendo reações agressivas. Neste sentido, ter autoridade com os pequenos é essencial.

 

Para a TOPVIEW, o médico psiquiatra e psicanalista Mario Louzã comenta sobre algumas regras básicas que podem ajudar a prevenir ou evitar o comportamento infantil agressivo. Confira:

1. O primeiro passo é a conscientização dos pais de que é responsabilidade deles educar os filhos. Educação, esta, que se dá pelas orientações e explicações dadas aos filhos, e também pelo próprio modo como os pais se comportam. Os pais são os primeiros modelos que os filhos observam e procuram se espelhar.

2. Deve existir amizade, mas também uma hierarquia na relação pai-filho. É preciso deixar claro que esta amizade é diferente daquela que eles têm com seus amigos e colegas.

3. Não há como educar sem impor limites. E a colocação de limites começa cedo, tão logo a criança começa a explorar o ambiente.

4. Os limites devem ser claros, de modo a não deixar dúvidas para a criança.

5. O pulso firme na hora de colocar limites é essencial. Se os pais não fizerem isso, a vida real (o mundo “lá fora”) o fará, de forma muito mais dura e sem piedade.

6. O diálogo prévio dos pais em relação aos limites é imprescindível, deve existir uma coerência e um acordo quanto ao que a criança pode e não pode fazer. Os dois devem falar a mesma coisa.

7. A idade da criança deve ser levada em conta quando os limites são delimitados pois eles podem variar gradualmente. Da mesma forma, as recompensas e as punições, se o limite é cumprido ou não.

8. O diálogo com a criança é muito importante: conversar sobre suas reações à frustração é um bom caminho para que ela aprenda a expressá-las de modo verbal, e não fisicamente.

9. A ajuda de um psicólogo ou psiquiatra em casos que fogem do controle é essencial. Não tenha preconceitos e não espere. Quanto mais tarde é a intervenção terapêutica, mais difícil fica conseguir um bom resultado.

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