A subtração da educação brasileira

Como a falta de educação financeira influencia a economia e o futuro do país

10/11/2021

“Não economizemos na educação. Essa conta vai custar caro mais tarde.” Citei essa frase dias desses em uma palestra sobre a complementaridade e a importância de trabalhar no cenário escolar a temática da educação financeira, que caminha junto com o empreendedorismo e o protagonismo dos nossos adultos do futuro.

A escola tradicional fez/faz alunos decorarem números, nomes, datas e uma série de outras informações que fazem parte de um currículo engessado e ultrapassado, que atende às premissas do vestibular. Mas não os prepara para a vida de fato.

É preciso pensar em uma formação que vá além desses conceitos e que mostre aos alunos caminhos para eles lidarem com situações da vida real, como, por exemplo, a relação com o dinheiro. Ao analisar alguns dados, percebe-se que a relação com as finanças é uma grande dificuldade para os jovens, já que 53% dos estudantes brasileiros não atingiram o nível mínimo de conhecimentos financeiros em testes realizados pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (OCDE). Além disso, 50% dos brasileiros de 15 anos não têm ideia de como gerenciar o dinheiro.

Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 71,4% dos brasileiros encontravam-se em situação de endividamento em julho de 2021, o que reflete a falta de organização e habilidade econômica em planejar o presente e o futuro.

Todos os estudantes irão, em algum momento da vida, precisar lidar com o dinheiro.

E investir na educação financeira dentro do ambiente escolar é garantir uma vida financeira saudável fora da sala de aula.

Ao ressignificar a tradicional disciplina de matemática, é possível ampliar o olhar e trazer relações práticas do seu uso no dia a dia dos alunos. As escolas devem criar questionadores, pessoas criativas e futuros empreendedores. Assim, os próximos adultos podem fazer bom uso dos princípios da economia e aplicá-las a suas vidas. A conta é certa: só tem a somar com o futuro dos estudantes e, também, com a economia de nosso país!