Banho sobre rodas é o novo projeto da ONG aquecendo corações – e nós amamos!
Tomar um banho quente é um dos pequenos grandes prazeres da vida, não há quem discorde disso. Além da função principal: contribuir para a higiene pessoal, o banho é muito mais. Ele gera uma sensação de bem-estar e conforto. Para a maioria de nós, esses benefícios diários são tão naturais que às vezes nos esquecemos de quão bem nos fazem.
Mas, para muita gente, tomar um prazeroso banho quente não é tão rotineiro assim. Esse é o caso das dezenas de milhares de pessoas que vivem em situação de rua em todo o Brasil.
“Hoje, tudo o que eu queria era um banho’, me disse uma vez um rapaz”, conta Ernani Luiz Bindo. Aos 55 o representante comercial fundou, há dois anos e meio, com a esposa, a bióloga Stella Maris Soares da Silva, a ONG Aquecendo Corações.
A ONG do casal leva comida, roupa e cobertores a pessoas em situação de rua de Curitiba. A partir daí, surgiu a ideia: por que não levar também uma ducha sobre rodas?
Banho do Bem
Instalado em um trailer que pode ser rebocado, o “Banho do Bem” vai começar a circular pelas ruas da capital no mês que vem. São duas cabines (uma masculina e uma feminina) equipadas com chuveiros e uma caixa d’água. Com capacidade para 460 litros o trailer permite oferecer até 15 banhos quentes.
O projeto tornou-se realidade graças à ajuda do advogado Roland Hassam, que cedeu o trailer à ONG. O Rotary Cristo Rei e o empresário Délio Canabrava juntaram forças para arrecadar os fundos necessários para botar o carrinho na rua, por meio de uma feijoada beneficente.
“Durante nossos atendimentos, vemos muitas pessoas com problemas de falta de higiene, coceira, doença de pele. Queremos, nada mais, nada menos, proporcionar dignidade às pessoas”, diz Ernani.
Segundo a Prefeitura de Curitiba, em 2017 – última pesquisa disponível – havia 2.369 pessoas morando na rua. A princípio, o carrinho vai circular a cada 15 dias pelo Centro. Inicialmente abrangendo pontos em que o grupo de voluntários já atua como as redondezas do Teatro Guaíra, do Terminal Guadalupe e da rodoferroviária, . “Distribuímos roupa, agasalhos, cobertas, café, sanduíches, conversas e sorrisos. Às vezes, um abraço”, conta Ernani.
E, para tornar o projeto cada vez mais presente na cidade, a ONG já cogita firmar parcerias com outros grupos de voluntários para levar o Banho do Bem aonde for preciso e com maior frequência.
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