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Artigo: Finais de ano podem ser difíceis para as crianças?

Confira o artigo por Bruna Ritcher, psicóloga

Era uma vez uma princesa – ou um príncipe – que tinha uma vida estável, cercada de rotina, amparo e liberdade. De um momento para o outro, sua vida foi invadida por monstros malvados invisíveis que impunham como deveria ser sua forma de se comportar, com quem deveriam interagir, que tipo de proteção seriam obrigados a usar. Invariavelmente suas vidas deram uma cambalhota, rearrumando toda a forma como se organizavam diante do mundo.

 Já que nenhum super-herói achou um jeito mágico de libertar a Terra desses vilões, a monarquia se ajustou. Ela deu uma demonstração de resiliência e flexibilidade e, diante das impossibilidades, criou novas formas de se manter ativa. Ensino virtual, exercícios na varanda, brincadeiras de imaginar. E como num conto de fadas, um novo modo de funcionamento surgiu e a nobreza enfim, conseguiu novamente se estabilizar.

Entretanto, diante das festas de fim de ano, será que as novas possibilidades de encontro podem desarrumar a rotina dos nossos pequenos reizinhos?

As crianças possuem sentimentos tão vastos e complexos como os adultos e é preciso levar isso em consideração quando fizermos nossas escolhas para as comemorações da virada. Datas como natal, ano novo ou um período de viagem prolongado podem desorganizar novamente a expectativa daquilo que os pequenos aguardam experimentar. Isso, em si, não é bom ou mal – mas o diálogo e a compreensão do que se espera precisam ser expostos.

Esse período de exposição prolongada à pandemia não está fácil para ninguém. Nem para eles. Diante de falas curtas, olhares atentos e gestos aparentemente sem sentido podem se esconder afetos que eles não conseguem expressar. Assim, sempre que possível, o desejado é que consigamos nos colocar em suas posições para tentar enxergar o mundo sob novas perspectivas.

E assim, nossa historia continua. Munidos de empatia, paciência e acolhimento, príncipes e princesas seguem felizes para sempre. Bom… Diferente de outros contos, não apenas felizes. Eles permanecem com todo um espectro de emoções pulsantes, enfrentando as novidades que se apresentam em busca de desfrutar da companhia e do acolhimento de seus pais. 

*Escrito por Bruna Richter, graduada em Psicologia pelo IBMR e em Ciências Biológicas pela UFRJ, pós graduanda no curso de Psicologia Positiva e em Psicologia Clínica, ambas pela PUC.

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