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Artigo: autonomia que nos faz fortes

Adilson Longen é doutor em Educação, autor de livros didáticos de Matemática do Ensino Fundamental e do Ensino Médio e professor de matemática no Curso Positivo

Na tentativa de ajudar, facilitar e até mesmo envolver os estudantes, professores, em sala de aula, têm transformado o caminho do conhecimento em uma imensa planície de linhas retas. Mas, como preparar um futuro profissional para uma sociedade e mercado cada vez mais complexos e exigentes, poupando-o de infortúnios e dissabores? Precisamos formar cidadãos que saibam superar dificuldades e se tornar cada vez mais forte no enfrentamento das adversidades. Então vejamos: o ato de estudar é tão doloroso assim, que o professor precisa se preocupar dessa maneira com o aluno?

Excetuando aqueles que “herdaram” profissões e situações bem estabelecidas, um profissional se constrói pela persistência, pela vontade de superação e também por sacrifícios. É preciso que se diga claramente para nossos alunos, sem pudor nem piedade, que eles precisam caminhar usando suas próprias pernas. Precisamos deixar claro para esses estudantes que eles não tenham medo de errar, enquanto buscam insistentemente o acerto. Vamos lembrá-los que, dentro da mesma sala de aula, ou na sala ao lado, sempre encontrarão alguém tentando se dedicar ainda mais, que tem clareza da necessidade de estabelecer relações entre conteúdos, que sabe dialogar com as informações, e que faz isso sem reclamar. Essa concorrência saudável nos impulsiona. Não existe um caminho ou um método mágico para alcançar o que se deseja, mas uma coisa é certa: não improvise com seus sonhos. Cada um de nós tem suas limitações e dependências. Por isso, temos que buscar além daquilo que temos ou somos. A vida é uma evolução e a estrada nem sempre será reta. A busca pela autonomia é o que nos torna independentes e fortes.

Como professor, não tenho a expectativa de que todos os meus alunos se mostrem incrivelmente empolgados diante de um conhecimento muitas vezes árido de álgebra ou trigonometria, por exemplo. O que me preocupa é a percepção da indiferença que se faz cada vez mais presente em sala de aula. O que não considero desejável é essa fragilidade de disposição para o enfrentamento de obstáculos. Como professor, devo tornar as aulas cada vez mais objetivas e significativas para os alunos. Isso não quer dizer aulas descontraídas com conteúdos tendendo a zero, mas aulas densas e honestas nas quais o conhecimento e a construção dele sejam objetivos para formar um cidadão independente e capaz de tomar decisões acertadas. Nossos alunos representam a possibilidade de um futuro bom e justo para todos. Desejamos auxiliar na formação de pessoas fortes que servirão de bons exemplos, pois souberam enfrentar e superar suas limitações.

É necessário que alunos estejam por inteiros numa aula para que consigam ampliar seu universo de conhecimento, aumentando as probabilidades de realização de sonhos. Temos que ajudar nossos estudantes a buscar a autonomia em todos os sentidos. Formamos pessoas e precisamos educar a todos para serem fortes no enfrentamento das diversidades que o viver nos proporciona. Em outras palavras, temos que vislumbrar a evolução.

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