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Ansiedade na quarentena: alimentação pode ajudar no controle dos sintomas

Nutricionista explica como aproveitar os componentes dos alimentos que auxiliam na produção de hormônios que geram sensação de prazer e bem-estar

Você tem sentido ansiedade? Um dos reflexos mais comuns observados nos últimos meses têm relação com o nível de ansiedade da população. Com isso, o aumento repercute, também, na qualidade da alimentação. Segundo uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) com 44.062 pessoas, a ingestão de alimentos saudáveis diminuiu durante a pandemia.

O consumo de frutas, legumes e verduras em cinco dias ou mais por semana foi listado por apenas 13% dos jovens entre 18 e 29 anos. Em contrapartida, a ingestão de alimentos não saudáveis em dois ou mais dias na semana cresceu: o aumento de embutidos e hambúrgueres foi de 5%; de congelados foi 4% e de chocolates e doces foi de 6%. Enquanto isso, 63% dos jovens entre 18 e 29 anos estão consumindo chocolates e doces em dois dias ou mais por semana. Com o fim do distanciamento ainda incerto, repensar alguns hábitos simples na alimentação torna-se ainda mais essencial.

“As pessoas têm sentido muita ansiedade e uma das principais formas de descarregar isso, de ter a sensação de prazer, é na comida”, afirma Hiana Lampier Pinto, supervisora de nutrição da Lar e Saúde, uma das maiores prestadoras de serviço home care do Brasil. Além de manter o bom funcionamento do organismo e contribuir com a qualidade do sono, a alimentação também está diretamente ligada aos sintomas da ansiedade e irritabilidade.

Hiana indica, em determinados casos de ansiedade, um tratamento multidisciplinar com psicólogos. “O autocontrole é o principal, e é o mais difícil. O que a gente orienta em situações mais graves, é fazer terapia associada ao acompanhamento nutricional, visto que a abordagem multiprofissional é a chave de um tratamento bem sucedido”, afirma.

Confira alguns alimentos e hábitos alimentares que ajudam no combate à ansiedade:

Sementes oleaginosas

Pode parecer simples, mas algumas sementes como a Castanha do Brasil têm influência para ajudar no controle da ansiedade. Rica em selênio — nutriente antioxidante relacionado na melhora do humor — colaboram para a liberação de hormônios relacionados ao bem-estar.

Chocolate 70% cacau

Quando se pensa em ansiedade, os doces, como os chocolates, são um dos maiores responsáveis pela sensação de prazer. O que acontece é que, se consumidos em grandes quantidades, podem fazer mal à saúde. Ainda assim, em pequenas quantidades — cerca de 40g por dia — podem ser benéficos para a saúde física e mental. Além de auxiliar na melhora do fluxo sanguíneo, o chocolate é um poderoso aliado nesse momento de pandemia, por aliviar a ansiedade, promover bom humor, bem-estar e ajudar na concentração e no raciocínio.

Chás relaxantes

Chás como camomila, maracujá ou outras ervas e frutas relaxantes, são excelentes aliados para a ansiedade. Além de terem uma ação anti-inflamatória, auxiliam na redução dos níveis de pressão arterial, causando uma sensação tranquilizante. Eles podem ser usados a noite, favorecendo a qualidade do sono. Para quem preferir, pode consumir a camomila ou o extrato de maracujá em cápsulas.

Ovos

Sendo uma excelente fonte de vitaminas lipossolúveis, como a vitamina D e de proteínas, os ovos também fazem parte do grupo de alimentos que podem auxiliar no controle e alívio da ansiedade, já que as vitaminas e nutrientes de sua composição auxiliam na liberação de hormônios relacionados à sensação de bem-estar. Em todos os casos, é importante ressaltar que o consumo do ovo e dos demais alimentos visando o controle da ansiedade deve ser feito por um profissional capacitado, uma vez que as porções e dosagens são orientadas de forma individual.

Tratamento e comodidade

Ainda vale lembrar que uma alimentação equilibrada está ligada ao bom funcionamento de todo o organismo. “Quando você se alimenta bem, seu intestino funciona bem, melhora a saúde mental e até a imunidade melhora”. Desta forma, o acompanhamento nutricional pode ser feito para pessoas que apresentem ou não comorbidades associadas. Além disso, durante o período da pandemia, o tratamento pode ser feito em casa. “Independentemente da condição, o cuidado em casa possibilita mais segurança e conforto para o paciente, sobretudo durante a pandemia”, conclui.

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