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Conheça os mitos e verdades sobre Alzheimer

A cada 3,2 segundos um novo caso de demência é detectado no mundo

A cada 3,2 segundos um novo caso de demência é detectado no mundo, é o que estima a Associação Internacional de Alzheimer (ADI). A doença, que acomete em grande parte idosos, é degenerativa, progressiva e irreversível e as causas da doença ainda não são totalmente conhecidas.

O neurologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Roger Taussig, aponta algumas dúvidas sobre o tema e esclarece o que é mito e o que é verdadeiro sobre a doença.

Alzheimer é a principal causa de demência no mundo

VERDADE

A Doença de Alzheimer representa cerca de 50 a 75% dos casos de demência no mundo, de acordo com levantamento realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

O Relatório de 2015 da Associação Internacional de Alzheimer (ADI) afirma que a previsão é que, até 2050, um novo caso da doença seja detectado a cada segundo no mundo.

Mulheres tem mais chances de desenvolver Alzheimer

VERDADE

Segundo levantamento da Associação Americana de Alzheimer (Alzheimer’s Association), ao atingir os 65 anos de idade, uma mulher tem a chance de 1 para 6 de desenvolver a doença até o final da vida. Nos homens o risco é de 1 para 11.

O risco de uma mulher desenvolver Alzheimer depois dos 60 anos é duas vezes maior do que o de desenvolver câncer de mama, por exemplo.

Apesar de não terem estudos suficientes que comprovem o motivo para a predisposição de mulheres desenvolverem a doença, uma das possibilidades mais plausíveis é que mulheres vivem mais que os homens e um dos principais fatores para aparecimento da Doença de Alzheimer é a idade.

Não é possível prevenir o Alzheimer

MITO

Muitos estudos já comprovam que treinar a mente e manter hábitos saudáveis ao longo da vida podem prevenir o Alzheimer. Neste ano, a OMS anunciou algumas recomendações que incluem a prática de exercícios aeróbicos e a adoção da dieta mediterrânea, que consiste na ingestão de cereais integrais, azeite de oliva, vegetais, frutas e peixes, para a prevenção da doença.

Para as pessoas que são portadoras de diabetes, colesterol alto, obesidade ou hipertensão arterial, o bom controle desses problemas também diminui o risco de desenvolver o Alzheimer e também a demência vascular.

Alguns estudos indicam ainda que a prática de exercícios como yoga e mindfulness também podem auxiliar na prevenção da doença, e até mesmo amenizar os sintomas em quem já apresenta o quadro. Essas práticas já vêm sendo utilizadas nos Estados Unidos e em países da Europa e tem apresentado resultados satisfatórios.

O primeiro sintoma do Alzheimer é a perda de memória

PARCIALMENTE VERDADE

Na maioria dos casos de Alzheimer, o primeiro sintoma a se manifestar é a perda de memória. O paciente começa a esquecer acontecimentos recentes e pode se tornar repetitivo nas ações. Isso acontece porque os hipocampos, fundamentais para a memória, são as primeiras regiões do cérebro a terem o acúmulo da proteína tau.

Entretanto, existem variantes de Alzheimer que não se iniciam pela memória. Na Atrofia Cortical Posterior, os primeiros sintomas são visuais. Na afasia logopênica, os primeiros sintomas relacionam-se à linguagem. Na variante disexecutiva, a dificuldade de organização e planejamento são as primeiras manifestações.

É importante saber que à medida que a doença avança, todas as áreas do cérebro ficam comprometidas. Desse modo, os sintomas cognitivos são múltiplos com o tempo. Além disso, também aparecem alterações comportamentais que podem diminuir a qualidade de vida do paciente.

“É importante entender que o Alzheimer atinge, inicialmente, as memórias recentes. Somente nos estágios mais avançados é que as memórias do passado serão comprometidas. Conforme a doença progride, outros sintomas aparecem e a capacidade de funcionar independentemente é perdida”, afirma Dr. Roger Taussig.

Alzheimer não tem cura

VERDADE

Apesar de ainda não existir uma cura para a doença, já existem tratamentos capazes de minimizar os efeitos do Alzheimer. Um importante fator para o sucesso na medicação é o diagnóstico precoce, que é realizado de forma clínica por um médico especialista.

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