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Agro é tech

O Show Rural Coopavel, realizado em Cascavel, é um dos três maiores eventos de conhecimento e inovação para o campo

Ao procurar sobre tecnologia e inovação, facilmente caímos em algum texto sobre o Vale do Silício ou a onda das startups que envolvem programação e o mundo digital. Contudo, no Brasil, um ecossistema imenso e lucrativo nesse ramo encontra-se não nas metrópoles, mas no campo. Na propaganda veiculada na Rede Globo com o slogan “agro é tech, agro é pop, agro é tudo”, não há como comprovar os dois últimos, mas o primeiro é visto nos investimentos e na cadeia produtiva do setor.

Almir Meinerz, presidente executivo da SPRO IT Solutions, empresa especializada em tecnologia para o ecossistema do agronegócio, percebe que as maiores demandas no campo têm relação com a gestão da propriedade, fator essencial para a otimização da produção. “As principais novidades estão relacionadas com o IoT (internet das coisas) e a cloud. Não é preciso estar presente para que tudo funcione. Essa é a premissa de processos de sensoriamento remoto”, observa. “

A gestão mais fácil e rápida permite a precaução de perdas, visto que a praticidade do recurso antecipa diagnósticos e, consequentemente, a resolução de brechas para desvios ou desperdícios na produção.” O Show Rural Coopavel, realizado em Cascavel, é um dos três maiores eventos de conhecimento e inovação para o campo. Com mais de 30 anos de existência, o evento funciona como uma universidade a céu aberto, além de servir como um “termômetro” do setor, já que abre o calendário nacional de feiras do agronegócio. “Ao apresentar novidades, o Show Rural mantém o agropecuarista antenado com o que há de melhor em soluções para ele produzir mais, com eficiência e custos reduzidos”, resume Dilvo Grolli, presidente da Coopavel, cooperativa que realiza o evento.

“Em 30 anos de evento, ele contribui para ampliar em 300% a produtividade da soja e do milho no oeste do Paraná, um dos principais celeiros do Brasil.” A última edição, no início deste ano, contou com um público de quase 300 mil pessoas, um aumento de 3,5% em comparação ao ano anterior. Quanto à movimentação financeira, alcançou a cifra dos R$ 2,5 bilhões, 14% a mais que 2019. “Para o Paraná, temos uma projeção de boa safra de grãos, o que é uma grande notícia”, aponta.

Outro megaevento do estado é a Expoingá, realizada em Maringá, que movimenta cerca de R$ 600 mil em negócios e atrai um público de mais de 500 mil pessoas. O próprio entretenimento é um primo não tão distante que lucra com o negócio bilionário. Os festivais de música sertaneja reúnem milhares de pessoas pelo país. Um momento importante para a popularização do gênero foi a incorporação de outros ritmos e, com isso, o nascimento do sertanejo universitário, ainda no início dos anos 2000.

O VillaMix é um dos maiores festivais do gênero. Sua primeira edição foi realizada em 2011, em Goiânia, mas logo na segunda edição se tornou itinerante e começou a percorrer o Brasil. Apenas em 2013, foi realizado em mais de 20 cidades. Em 2015, entrou para o Guinness World Records, o livro dos recordes, como a maior estrutura de palco do mundo, ultrapassando a banda irlandesa U2. No ano seguinte, reuniu um público de mais de 1 milhão de pessoas.

No ano passado, uma canção inusitada ganhou as paradas internacionais. Old Town Road, lançada pelo rapper Lil Nas X com um remix estrelado pela estrela do country Billy Ray Cyrus, é um crossover entre country e hip-hop que ocupou o primeiro lugar da Billboard Hot 100 (principal parada dos Estados Unidos) por dezenove semanas, quebrando recordes. O clipe retrata a chegada do artista à cidade com suas roupas western e seu cavalo, para surpresa de todos. Mais ou menos o efeito que a música teve, quebrando recordes e invadindo as rádios de vários países. O country novamente no mainstream, adaptado ao novo zeitgeist — como aconteceu com o sertanejo por aqui.

*Matéria originalmente publicada na edição #233 da revista TOPVIEW.

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