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A jornada de Julia Soares, revelação olímpica brasileira

O sonho da pequena ginasta foi transformado em uma medalha de bronze nas Olimpíadas de Paris

A passagem entre os meses de julho e agosto marcaram uma transformação completa na trajetória e na vida profissional da atleta Julia Soares. A jovem, de 18 anos, saiu de Curitiba, sua cidade natal, com destino a Paris, na França, e voltou como a atleta mais jovem do estado a conquistar uma medalha nos Jogos Olímpicos de 2024 e revelação da ginástica artística brasileira.

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Na manhã do dia 12 de agosto, uma segunda-feira, a vida volta, aparentemente, ao normal e Julia retoma sua rotina de treinos no Centro de Excelência de Ginástica do Paraná (Cegin). Mas, dessa vez, como plano de fundo dos aparelhos, ela encontra enormes painéis em sua homenagem. A foto deles foi a primeira postagem do dia nos stories da ginasta, compartilhada com seus 2,8 milhões de seguidores (antes do início das provas, eles somavam, aproximadamente, 90 mil).
“Eu não imaginava a repercussão que teve. Fui com a cabeça em fazer o meu melhor na competição e o que tivesse que acontecer ia acontecer, mas foi muito além do que eu poderia imaginar”, comenta.

Enquanto ela fazia os primeiros aquecimentos, as meninas das turmas iniciais já a acompanhavam com olhares atentos e, antes de sair, ela precisou atender uma série de jornalistas ávidos por conhecer sua história de perto.

“É um sentimento incrível voltar da minha primeira Olimpíada com uma medalha no peito, entrar na história com as meninas e com toda a equipe brasileira. É um sentimento muito bom voltar para o meu clube, para as minhas técnicas. Isso não tem preço. Mostrar que a gente está no caminho certo e que todo o trabalho valeu a pena”, afirma a atleta.
“Quando eu chego aqui e uma criança vem falar comigo, elas ficam tão felizes e eu fico tão grata por ser uma inspiração porque sei que nenhuma trajetória é fácil, mas tudo vale a pena”, completa.

A jornada até o pódio

Julia estreou sua participação em Jogos Olímpicos como a caçula na equipe da sua modalidade. Ela compartilhou o pódio com grandes nomes: Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Rebeca Andrade, que se consolidou como a maior medalhista olímpica da história do país. E a primeira experiência olímpica não poderia ter sido melhor: além do bronze na disputa por equipes, ela foi finalista na trave.

A vitória do time de atletas foi essencial para a consolidação da presença feminina nas Olimpíadas. Das 20 medalhas conquistadas pela delegação brasileira na capital francesa, 12 foram delas. As atletas mulheres também foram responsáveis por conquistar 100% das nossas medalhas de ouro.
Mas, quem olha para as conquistas atuais, pode não ter ideia do passado da atleta. Apesar de sempre ter tido o apoio da família, ela e os pais enfrentam dificuldades no financiamento de viagens para as competições e chegaram a vender bombons, promover rifas e nos momentos de maior dificuldade, fazer vaquinhas na internet.

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