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8M: uma reflexão sobre a importância da sororidade

O que é sororidade? Entenda de uma vez por todas!

Hoje, dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher. A data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas em 1975, mas é comemorada desde o início do século 20. Há algumas explicações históricas sobre o surgimento da data, em 1910 a jornalista alemã Clara Zetkin sugeriu a criação de um dia internacional dedicada à luta das mulheres, durante a Segunda Conferência Internacional de Mulheres. Onze anos mais tarde, em 1921, foi decidido durante a Conferência Internacional das Mulheres Comunistas que 8 de março seria a data oficial.

Na verdade, aqui, vamos falar de um aspecto muito importante para a luta das mulheres – a sororidade. Você já ouviu falar desse termo? Talvez tenha visto nas últimas semanas, já que teve bastante discussão a respeito depois que a Manu Gavassi, participante do BBB20, citou o conceito na casa.

Mas basicamente a essência da sororidade é a união entre as mulheres. A sororidade tem como objetivo acabar com a rivalidade feminina, uma situação que é apresentada a meninas desde cedo. Com isso, a ideia de sororidade surge como uma maneira de criar laços entre mulheres para que, juntas, possam combater as desigualdades de gênero e superar essas barreiras sexistas, ao invés de competir entre si. A ideia é olhar com empatia para outras mulheres, entendendo que juntas somos mais fortes e podemos ir mais longe – já que todas passamos por situações e opressões muito parecidas.

Se você é mulher e foi criada no Brasil, com certeza já assistiu algum filme de adolescente. E se você viu os mesmos que eu, certamente está acostumada com as rixas entre as meninas, uma tentando roubar o namorado da outra, competindo pra ver quem é a mais bonita — ou, nos filmes americanos, quem é a mais popular do colégio. Podemos ir até mais longe: as princesas da Disney são um ótimo exemplo. Só o príncipe encantado era legal com elas, porque, de resto, as personagens femininas sempre sacaneavam a princesa — que era vítima delas.

A sororidade surge aí, como uma maneira de quebrar essa rivalidade e mostrar que mulheres unidas são mais fortes. E essa rivalidade, na verdade, só coloca a outra para baixo sem nenhuma razão.

O termo sororidade é antigo, ele surgiu no final dos anos 1960, proposto pela escritora feminista Kate Millett para mostrar a importância da luta diária das mulheres – e como a união poderia fortalecê-las.

A sororidade hoje é muito associada à ideia de solidariedade e apoio entre mulheres, que é uma forma bastante comum de praticá-la, especialistas chamam esse lado de seu “caráter emocional”.

Mas há também o caráter político da sororidade, em que as mulheres se unem para cobrar melhorias efetivas para a vida de todas as pessoas do sexo feminino na sociedade. Nesse caso, a sororidade serve como uma ferramenta de emancipação e conquista de direitos.

Temos diversos exemplos disso ao longo da história, como nas comunidades evangélicas dos séculos 17 e 18, em que as mulheres exerciam funções importantes na igreja e eram consideradas iguais. O que era um marco para a época, ainda muito machista. Tempos depois, essa união transpassou as fronteiras da religião e atingiu os movimentos sociais e políticos, como o abolicionista, que lutou pelo fim da escravidão. Nessa época, as mulheres brancas viam as negras também como irmãs.

E foi a partir da união dessas duas correntes, a religiosa e a participação das mulheres no movimento abolicionista, que parte delas percebeu a injustiça que viviam por serem mulheres. Começa aí um movimento de luta por direitos para a população feminina.

E cá estamos hoje, celebrando mais um ano dessa luta.

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