SELF SAúDE

Na ponta do garfo: as dietas mais saudáveis do mundo

Aprenda a se alimentar melhor seguindo o exemplo de países como Holanda, Japão e Mali

Peso, cabelo, pele, unhas e a saúde de todos os outros órgãos do corpo humano estão diretamente relacionados à alimentação. Não é à toa que boa parte dos médicos costuma questionar os hábitos alimentares na hora de fazer o diagnóstico de seus pacientes. Pesquisas revelam que a alimentação pode servir tanto como fator causador de doenças quanto como remédio.

Questões culturais também estão ligadas à alimentação e podem interferir na saúde. Nessas horas, as boas práticas são importantes para colocar no mesmo patamar países desenvolvidos, como a Holanda e o Japão, e a República do Mali, na África, que tem como base de sua dieta frutas, verduras, castanhas e grãos, alimentos que ajudam a evitar doenças como diabetes, hipertensão, câncer e obesidade.

Um estudo da Universidade de Cambridge, publicado no jornal The Lancet Global, mostrou que, apesar de países ricos terem mais acesso a comidas saudáveis, do ponto de vista nutricional, apresentam uma dieta mais pobre do que a dos países subdesenvolvidos. O Mali ficou em terceiro lugar com as dietas mais saudáveis do mundo. “Ali, as crianças aprendem a cultivar e trabalhar com os alimentos na escola, desde a educação infantil”, analisa a nutricionista clínica e funcional, coach e chef de cozinha Marinês Cristine Silveira.

Já no Japão, o Washoku é um sistema de culinária que envolve uma série de habilidades, conhecimentos e tradições relacionadas à preparação e ao consumo de comida, e que foi considerado Patrimônio Cultural Imaterial pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). De acordo com Marinês, o grande diferencial desse sistema de alimentação japonesa é o consumo de pratos à base de soja, como é o caso do missô e do tofu, que são fundamentais para melhorar a saúde intestinal e diminuir o risco de câncer.

Preços acessíveis para toda a população e qualidade nutritiva da comida fazem com que a Holanda se destaque. No entanto, a nutricionista enfatiza, ainda, outra questão: o hábito que o holandês tem de preparar a sua própria comida, o que evita índices exagerados de sal e gordura na dieta. “A taxa de obesidade na Holanda é baixa porque eles ainda adotam a bicicleta como meio de transporte”, enfatiza.

Para quem está em busca de um novo padrão alimentar, o médico nutrólogo Marco Antonio Cassou, do Hospital São Lucas, lembra que é fundamental diferenciar o que ele classifica de “dietas de ocasião”, que são aquelas que estimulam a perda de peso rápida, compostas por cardápios sem equilíbrio nutricional e que, em geral, em pouco tempo se recupera o peso perdido. “Mesmo nas dietas mais saudáveis do mundo há problemas. A dieta japonesa, por exemplo, tem excesso de glutamato monossódico (conhecido popularmente como ajinomoto, usado em substituição ao sal em muitas formulações) misturado ao shoyo. Mas o ideal é tirar o melhor de cada uma, por isso cada pessoa precisa de uma orientação profissional personalizada para chegar aos seus objetivos”, argumenta.

*Matéria escrita por Danielle Blaskievicz e publicada originalmente na edição 208 da revista TOPVIEW.

 

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