Prêmio Mais Saúde 2024 | Homenageado do ano: Paulo Slud Brofman
Por: Danielle Blaskievicz
O currículo do cirurgião cardiovascular Paulo Roberto Slud Brofman, de 75 anos, é tão extenso que seriam necessárias algumas páginas da revista – talvez uma edição inteira – só para descrever os principais feitos profissionais ao longo de seus 52 anos de exercício da medicina. Para sintetizar, é possível dizer que toda a vida dele foi pautada na pesquisa científica e na saúde pública.
Paulo também é professor universitário com inúmeras titulações, prêmios, passagens por universidades do Brasil e do exterior e integrante de renomadas sociedades médicas, além das demandas típicas de um cirurgião – como os procedimentos e o atendimento aos pacientes em seu consultório particular.
Mesmo com tudo o que essa ampla agenda exige, ainda assim, é possível encontrá-lo no ambulatório da Santa Casa de Curitiba, em que regularmente atende os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) com uma remuneração simbólica.
“Sempre me dediquei muito à medicina e optei por exercê-la junto aos pacientes do SUS. Minha missão é lidar com a saúde pública”, destaca o especialista, que afirma ter herdado essa pauta do pai, Saul Brofman, que era cardiologista e servidor público.
A pesquisa científica é outra área da qual Brofman não abre mão. Professor aposentado da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e ex-presidente da Fundação Araucária Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná, hoje, ele atua como coordenador do Núcleo de Tecnologia Celular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), em que é professor titular da Escola de Medicina no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. Contabiliza mais de cem artigos científicos publicados.
“São tantos títulos ao longo da carreira que eu até me confundo, mas também não ligo muito. O mais importante é que eu deixei um legado na área de marca-passo e estimulação cardíaca”, afirma, referindo-se principalmente à contribuição no desenvolvimento de novos equipamentos nesse segmento.
A preocupação ele deixa por conta da formação da nova geração de médicos. Segundo ele, boa parte dos futuros profissionais encara a medicina apenas como uma forma de ficar rico.
“Virou uma profissão mercantilista. O médico já nasce médico! Ele tem que entender que está tratando uma pessoa com história, que tem uma família e um problema que precisa ser tratado”, enfatiza.
*Matéria originalmente publicada na edição #285 da revista TOPVIEW.