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Um congresso que piora tudo o que toca

Nosso colunista Marc Sousa analisa as últimas atitudes do Congresso

A mitologia grega conta que o Rei Midas tinha o poder de transformar tudo o que tocava em ouro. No Brasil, nosso parlamento tem o poder inverso. Impressiona a capacidade da Câmara dos Deputados em piorar tudo o que toca. Foi assim nas Dez Medidas Contra a Corrupção, nas Reformas Trabalhista e da Previdência, no Pacote Anticrime de Sérgio Moro e, pelo andar da carruagem, também será na questão tributária.

O verbo na moda em Brasília é “desidratar”. É isso que os deputados fazem: desfiguram os projetos originais com argumentos nada republicanos. Interesses políticos enfraqueceram o rigor do combate ao crime nas Dez Medidas e no Pacote de Moro. Discursos eleitoreiros tiraram o poder fiscal da nova previdência.

A lenda conta que Midas, depois de questionar uma decisão dos deuses, ganhou como castigo orelhas de burro. A pressão popular tem o mesmo poder em relação ao destino do Congresso.

FRASE DO MÊS “Agora já passou, não tem como voltar atrás.”

Senador Flávio Bolsonaro, que contrariou o pai e apoiou o aumento de 120% do fundão eleitoral. Ele diz que “não prestou atenção” e se confundiu na hora de votar. O Congresso tirou dinheiro da saúde, educação e habitação e destinou R$ 3,8 bilhões para as campanhas.

*Coluna originalmente publicada na edição 231 da revista TOPVIEW.

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