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Saúde financeira na terceira idade

Com o aumento da expectativa de vida do brasileiro, planejar e organizar as finanças pensando no momento de aposentadoria se torna ainda mais importante

Temas como saúde, bem-estar pessoal, diversidade, tolerância e alegria de viver não dizem respeito apenas ao aspecto individual da pessoa humana. Dizem respeito, também, ao grau de civilidade, ao bem-estar coletivo e à questão econômica familiar e nacional. Para que uma população desfrute de condições para o exercício de sua “humanidade” e se realize como componente social, é necessária a conquista de renda e proventos na aposentadoria. Assim, podemos falar em uma “saúde financeira”.

Quero destacar aqui os dados publicados recentemente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informando que a expectativa média de vida no Brasil atingiu, em 2019, a marca de 76,6 anos, sendo 80,1 anos para as mulheres e 73,1 anos para os homens. Ou seja, as mulheres vivem em média sete anos a mais que os homens. O IBGE constatou, há alguns anos, que as mulheres se casam com homens em torno de quatro anos mais velhos. Isso significa que a população idosa – digamos, acima dos 65 anos – caminha para ser composta em, sua maioria, por mulheres – e com uma parcela delas sozinhas. Se uma mulher pode viver 20 ou mais anos após completar 65 anos, é prudente pensar, planejar e preparar suas finanças pessoais para a terceira idade.

Além desses dados, há outro divulgado pelo IBGE que chama a atenção: as mulheres foram as mais atingidas pelo desemprego de março a setembro de 2020, em função da crise gerada pela pandemia. Em março de 2020, havia 38 milhões de trabalhadores celetistas (com carteira profissional), sendo 40% mulheres e 60% homens. Mas, entre os 897,2 mil que perderam o emprego de março a setembro, os homens representam apenas 34,4%, embora sejam 60% dos empregados com carteira. Em parte, as mulheres foram as mais atingidas porque elas contemplam a maioria dos trabalhadores do setor de serviços, talvez o setor mais prejudicado pela recessão e pela crise gerada em função da pandemia.

No entanto, a pandemia vai passar, a economia voltará a crescer e oportunidades surgirão. Portanto, a vida está a exigir de cada um de nós um alto grau de resistência mental até que a vida se normalize. 

*Coluna originalmente publicada na edição #244 da revista TOPVIEW.

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