Reserva de emergência: como ter a melhor rentabilidade e rápida liquidez desse capital?
Uma das principais dúvidas dos investidores no momento de aplicar o seu capital é: onde devo investir o montante que é destinado para uma emergência? Segundo o sócio-fundador da Allez Invest, Renan Hamilko, esta pergunta ronda a maioria das pessoas por ficarem tentadas a deixar esse dinheiro em uma poupança, ou pior, sem nenhuma rentabilidade na conta, acreditando que essa é a melhor forma de agilizar a retirada do valor em caso de emergência.
“A definição de reserva de emergência é de um capital que você tem a disponibilidade imediata. É um valor que, na hora que você precisar, vai estar lá. Então, a reserva de emergência aplicada no mercado financeiro tem uma rentabilidade menor, para se ter uma rápida liquidez. Mas, é importante que, no mínimo, o ativo corrija a inflação desse valor ao longo do tempo”, explica Renan Hamilko, sócio da Allez Invest.
É importante lembrar que a reserva de emergência é indicada e recomendada para todas as pessoas, “independente do patrimônio ser pequeno, médio, grande ou gigantesco”, afirma Hamilko, mas o valor destinado vai depender de cada investidor. No entanto, há uma recomendação que é universal para quem vai aplicar esse capital, segundo o especialista: “As principais características de um investimento adequado para a reserva de emergência são: segurança, liquidez e baixa volatilidade.”
Para investir em uma reserva de emergência, deve-se levar em conta que é necessário trabalhar com prazo muito curto e risco próximo de zero, ou seja, liquidez imediata. O que o especialista recomenda para esse cenário é a Letra Financeira do Tesouro (LFT), já que esse é o único ativo zero risco no Brasil ou em qualquer outro país, devido ao fato que o emissor do título é a mesma entidade que emite a moeda daquele local. “Por que o Brasil, apesar de todas as crises que aconteceram até hoje, nunca deu calote nas dívidas internas, que são, basicamente, os títulos públicos? Porque o tesouro emite moeda para arcar com a dívida se precisar. Ele, literalmente, imprime o que é necessário para pagar a dívida. É por isso que a gente chama de zero risco. Então, a melhor reserva de emergência possível seria sempre a LFT ou um fundo que compre a LFT.”
O especialista alerta que a diferença no investimento dessa modalidade (reserva de emergência), entre pessoas físicas e jurídicas, é que existem ativos de renda fixa, como LCI’s, LCA’s CRI’s, CRA’s, nas quais as pessoas físicas conseguem a isenção de imposto de renda, enquanto para pessoas jurídicas esse benefício não é disponibilizado.
Para entender como funciona o processo de rentabilidade de um investimento, o sócio da Allez Invest explica como funciona o mercado financeiro e como cada ativo é valorizado.
“Na maioria das aplicações que você faz, sempre tem uma instituição que recebe o seu dinheiro emprestado. Quanto mais previsibilidade de tempo você dá para essa instituição que está ‘tomando’ o seu dinheiro, maior a rentabilidade que ela oferece para você topar emprestar o seu capital. Mesmo quando você coloca o seu dinheiro em uma aplicação como poupança ou um CDB, na prática, o que você está fazendo é emprestar o seu dinheiro para o banco. O que ele vai fazer com esse dinheiro é reaplicar ou emprestar para uma outra pessoa com uma taxa maior do que aquela que ele está te pagando. Se você deixar seu dinheiro no banco por uma semana, ele vai te oferecer uma remuneração, se você garantir para ele que você vai deixar ali por três anos, a remuneração que ele vai te oferecer é muito maior, porque ele vai poder fazer realizar investimentos mais complexos e sofisticados com o montante”, finaliza Renan.
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