PODER

Previdência privada: o retorno e os benefícios garantidos pelo planejamento de qualidade a longo prazo

Mônica de Moraes Campos, sócia da Allez Invest, explica a importância do horizonte de tempo para o sucesso dos investimentos no futuro

O histórico cultural e econômico do nosso país fez com que, ao longo dos anos, o brasileiro se tornasse imediatista, inclusive quando o assunto é o retorno dos investimentos. Em março deste ano completaram-se 30 anos desde o drástico Plano Collor, que bloqueou saques em valores específicos e até hoje não ressarciu inúmeros investidores. Esse viés de curto prazo do brasileiro é um dos motivos que traz o receio quanto ao uso da previdência privada. Além disso, por algumas experiências ruins de clientes, que na maioria das vezes devido à falta de informação e de instrução detalhada no planejamento financeiro da carteira de ativos, também afetam essa decisão.

Para Mônica de Moraes Campos, sócia da Allez Invest, esse receio contra a previdência tem um motivo.

“Antes o produto era comercializado por corretores, hoje está nas mãos de gerentes de bancos e assessores financeiros, mas é algo que precisa ter um detalhamento e individualização, que todo planejamento financeiro de sucesso exige, tanto na decisão como acompanhamento da estratégia”, aponta a especialista.

A consultoria diferenciada e personalizada da Allez Invest torna esse entrave um plano de qualidade para o sucesso do seu futuro — que se inicia agora.

Para quem a previdência privada é indicada?

Existe mais de uma modalidade na previdência, sendo o VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres) e o PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres) os mais comuns, e duas formas de tributação, a progressiva e a regressiva. Esses tópicos foram abordados em um conteúdo anterior na TOPVIEW, com participação de Bruno Rosenmann.

Além disso, existem inúmeras estratégias de fundos de previdência, como os multimercados, fundos de renda fixa e fundos de ações, por exemplo. Por isso, Mônica afirma que não existe uma regra básica de perfil A, B ou C para indicação, “é algo muito personalizado de acordo com perfil, momento de vida, patrimônio, situação fiscal, expectativas, são muitas as variáveis”, conta.

De forma geral, o PGBL é utilizado para diferimento fiscal — a ideia é diminuir a base de cálculo do imposto de renda do cliente — e acessado, via de regra, por quem utiliza o modelo de Declaração Completa do IRPF, contribuintes do INSS, RPPS, ou aposentados. Já o VGBL encaixa muito bem para o planejamento sucessório ou de longo prazo. É aí que entra o “x” da questão: quantos anos envolvem o longo prazo?

Independentemente da modalidade, de acordo com a sócia, não existe receita de bolo para a previdência: “Nós [consultores] precisamos entender a realidade e as expectativas do cliente, isso envolve desde disponibilidade financeira até questões fiscais e familiares, para traçar um planejamento e conseguir chegar em valores estratégicos que compõem da melhor forma a carteira de cada um deles.”

Quanto tempo se fala em longo prazo?

Esse conceito é muito importante, afinal, cada um tem para si o significado de “longo prazo”. Muitas pessoas tratam um ou dois anos como o longo prazo. Um casamento, por exemplo, os noivos se preparam com dois ou três anos de antecedência. Mas esse é um período muito curto de aplicação em previdência privada. Nesse caso, existem outras modalidades que fazem mais sentido. Segundo Mônica, o longo prazo na previdência está por volta dos oito ou dez anos, para mais.

“Nas pesquisas realizadas por órgãos oficiais é muito comum mostrarem que, geralmente, o brasileiro aplica o recurso pensando em liquidez imediata, mas essas mesmas pesquisas mostram que esse brasileiro, que teve a intenção de deixar a curto prazo, em boa parte das vezes acaba deixando a longo prazo, então acaba não utilizando a liquidez que ele achou necessária”, explica a especialista. E ressalta, “é importante sabermos dividir curto, médio e longo prazo quando se quer otimizar os resultados em investimentos”.

Mônica costuma trazer o conceito de valor no tempo para que os clientes entendam a importância do longo prazo: o cliente vai priorizar algo hoje para que conquiste algo ainda maior no futuro. “Se sairmos um pouco do mundo financeiro, por exemplo, quando você começa a investir nos seus estudos, ou se já possui filhos, nos estudos deles, é algo que você faz hoje, mas sabe que vai trazer um resultado a longo prazo, e mesmo assim mantém a sua consistência de investimento. Na vida financeira isso deve se repetir”, afirma.

As vantagens do resgate a longo prazo —  sim, elas existem!

Quando os recursos são aplicados na previdência não existe nenhum tipo de tributação intermediária de imposto, como ocorre com alguns fundos de investimentos – o famoso “come-cotas”, a antecipação de imposto ao final de maio e novembro. Portanto, o ativo aplicado e rendendo por dez, quinze, vinte anos, será atualizado sobre saldo bruto e sem qualquer cobrança de imposto durante esse período de acumulação. “A importância do longo prazo e de fazer um planejamento comparado a outras estratégias é, justamente, o efeito dos juros compostos que nós vamos ter lá na frente”, enfatiza.

Outro exemplo é o resgate em investimento de renda fixa, como o CDB. Quando se opta por um papel com taxa negociada, a garantia do retorno se estende até o vencimento do título. Caso queira resgatar o valor antes do término, é necessário cotar o valor do papel no mercado e ainda pagar o imposto de renda pela retirada, ou, se levar até o vencimento, independente da sua vontade de se desfazer ou não do ativo, o vencimento implica na cobrança de imposto. De acordo com a sócia, “se esse recurso estivesse na previdência e o cenário econômico ou o próprio perfil de investimento do cliente fizesse com que ele tenha vontade e necessidade de mudar o plano de previdência, sair de um fundo renda fixa e entrar em algo a com maior exposição em renda variável por exemplo, essa alteração pode acontecer sem custo e sem imposto.

O que é a tábua atuarial e como ela impacta os planos de previdência?

De grande importância, mas pouco citada, a tábua atuarial é uma tabela de dados que tem como objetivo calcular a probabilidade de vida e de morte da população, em função da idade. É, basicamente, uma expectativa de sobrevida. Antigamente, as tábuas levavam em consideração a taxa de expectativa de vida que, na época, era muito menor. Atualmente, a tábua atuarial utilizada nos planos mais recentes de previdência, contam com uma atualização que acompanha a evolução da expectativa de vida da população, conhecida como BR-EMS, que pode ser atualizada a cada 5 anos. Mas você deve estar se perguntando por que ela é tão importante, certo?

Mônica Campos explica que “se o cliente tem um plano de previdência com uma tábua mais defasada, o que pode ocorrer com planos de previdências mais antigos, o benefício pago ao cliente é maior. Esse é um ponto que fica um pouco esquecido, às vezes a pessoa faz a consultoria olha o perfil de risco do cliente, cenário econômico, estratégia de fundo, mas muitas vezes esquece desse detalhe que é de extrema importância no planejamento financeiro adequado”. Ou seja, talvez o benefício da tábua defasada possa ser um motivo para não mudar o plano já adquirido.

“É papel do assessor detalhar cada plano, assim como é importante o cliente criar essa consciência de longo prazo”, finaliza a sócia.

Mônica de Moraes. (Foto: Naideron JR).

Este conteúdo é produzido por TVBC

 

Deixe um comentário