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Prêmio Personalidades TOPVIEW: Personalidade das Artes

A arte e o hype com frequência caminham juntos, mas o júri optou por valorizar uma trajetória de ouro – ou de papel – nesta categoria

EFIGÊNIA ROLIM (VENCEDORA)

Artista Visual

Deixar de lado os recicláveis nunca passou pela cabeça de Efigênia Rolim. O uso dos objetos fora do óbvio rendeu-lhe o título de “Rainha do Papel”. Criada em Curitiba, a artista perseverou com obras que fogem do comum.

Destacar-se usando recicláveis não parecia, porém, ser uma tarefa fácil. Por isso, ela foi até a Fundação Cultural de Curitiba e pediu ajuda para realizar uma exposição. Conseguiu e superou todas as expectativas. A partir daí, é um sucesso: foi tema de dois documentários e um livro, além de uma exposição no Museu Oscar Niemeyer. Recebeu, ainda, o Prêmio de Culturas Populares e a Ordem do Mérito Cultural, ambos pelo Ministério da Cultura. O que parecia lixo para alguns, para ela, era a melhor das obras-primas. Era?

“Pode ligar mais tarde? Ela não acordou bem.” A frase de Rosária, filha de Efigênia, é cada vez mais comum. Aos 87 anos, a artista visual viu sua vida mudar completamente com a descoberta de uma bronquite aguda crônica. Com isso, teve que abandonar sua arte. Ao mexer com materiais reciclados, a doença ataca.

Hoje, Efigênia busca algo a que se dedicar e viu na pintura e nos recortes de papel uma saída. Paisagens e animais, como passarinhos, são suas figuras preferidas. É claro que sua nova atividade não poderia fugir do mundo das artes. “Agora, estou pintando para não ficar no vazio”, finaliza a eterna Rainha do Papel.

 

KENNI ROGERS CLOSS (FINALISTA)

Ator e ativista cultural

Kenni Rogers Closs.
Kenni Rogers Closs.

“Tenho viva a memória de chegar em casa, de bicicleta, feliz da vida, porque tinha entrado para o teatro da escola.” É esse sentimento que Kenni Rogers Closs pretende passar às crianças da periferia de Curitiba, a quem leva arte por meio de oficinas de teatro e literatura, desde 2014. Nascido em Marechal Cândido Rondon, ele chegou à capital para seguir a carreira de ator, mas foi o voluntariado que o marcou na cidade. “Enquanto uma criança estiver passando fome, ninguém pode dormir tranquilo”, enfatiza. Para o futuro, Kenni pretende criar um espaço cultural para levar educação e cultura aos moradores da zona rural de Mandirituba.

 

LUCIANA PEREIRA (FINALISTA)

Presidente da Bienal de Curitiba

Luciana Pereira (à esquerda).
Luciana Pereira (à esquerda).

Nascida em Cascavel, mas “curitibana” desde os dez anos, Luciana Pereira é formada em arquitetura. Logo no início da carreira, porém, percebeu que se interessava mais pela criação dos outros do que pela própria. Tal fascínio a levou para a área cultural e a trabalhar com artistas. À frente da Bienal de Curitiba, que em 2018 completa 25 anos, a importância do seu trabalho é medida pelo reconhecimento do público. Como alguém que confunde suas realizações pessoais com as da Bienal, Luciana se dedica a tornar Curitiba um polo cultural de expressão nacional e internacional.

 

CITADOS PELOS JURADOS

Alice Ruiz, Aly Muritiba, Ana Rocha, Ana Rosa Tezza, Beto Bruel, Caetano Galindo, Cezinha Mocelin, Cintia Napoli, Davide Boriani, Edson Bueno, Eliane Prolik, Flávia Itiberê, Ilana Lerner, Isabella Lanave, João Luiz Fiani, Juliana Stein, Julie Fank, Karol Conka, Kézia Talisin, Leandro Knopfholz, Luci Collin, Luís Henrique Pellanda, Luis Melo, Luiz Carlos Brugnera, Marcio Abreu, Monica Rischbieter, Nena Inoue, Rafael Silveira, Rafael Urban, Regina Vogue, Rogério Pereira, Stefan Geiger, Thiago Tizzot e Tony Camargo.

 

 

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